em istambul, como em lisboa,
é para o mar que caminhamos,
enquanto imaginamos o olho de falcão
que pelas costas nos captura,
enquadrando-nos para sempre
num polaroid de figuras distintas
- palavra que nos salva dessoutra:
um polaroid de figuras extintas.
em istambul, como em lisboa,
a nossa vez já passou a livro encadernado.
mas de lágrima janota e flor ao peito
fingimos sóis e estrelas em formato digital,
mantemos aparências, dignidade,
calorífero em mínimos serviços mínimos.
entretanto, a tarde cai aqui bem perto
contra meu coração feito em farrapos,
e flutua em mim a memória próxima da menina da loja
que cheirava a passado, a felicidade, ao
teu perfume e cabelo, ao teu nome ao vento,
coisas assim - detalhes que mais ninguém vê.
homens como eu são lugares mal situados
- diria o daniel faria se fosse vivo sobre a Terra.
mas ele vive em mim, ao som dos the go-betweens.
apologies accepted, my Lord. e ajoelho.
gi.
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
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2 comentários:
Bom dia Gi,
Hoje a sua poesia traz um cheirinho a maresia. Que bom!
And finishes with a defiant attitude...
Tenho que ir. Obrigada por este bocadinho no começo do dia.
Maria Lemos
Um mimo, como é costume.
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