Ensinamentos das cartas de
Portugal
A astrologia
assume que há uma relação significativa entre a posição das estrelas e dos planetas
e os assuntos do Homem, quer sejam pessoais ou sociais. Na minha visão cosmológica, as estrelas e os planetas não fazem nada de físico, não mandam “vibes” cá para baixo, mas são símbolos de
energias que sincronicamente funcionam “as
above, so below” ou “assim na terra como no céu”. A raiz da palavra
astrologia é grega: astro = estrela,
logos = palavra. As “estrelas” falam e eu oiço e traduzo.
É partindo
desta definição e desta premissa que vou analisar algumas relações angulares entre
a Lua e Ascendente dos mapas de Portugal e os planetas em órbita que agora lhes
estão a incidir directamente. Nós chamamos a esta análise “trânsitos”.
Olhando para a
carta de Portugal da Implantação da República (ver post anterior) temos o Ascendente
e a Lua no 3º e 4º grau de Escorpião. O planeta que actualmente
se dirige para esta zona do zodíaco é Saturno, que representa responsabilidade,
a disciplina, mas também dificuldades e restrições, tanto ao povo português como
na imagem que projectamos no mundo. Saturno ocupa esta posição no céu cada 29
anos, eis o que se passou anteriormente.[i]
Em 1924 –
Greves, bombas, governo instável e é passada lei do agravamento fiscal. O
Governo negoceia um empréstimo em Londres mas as soluções financeiras
escasseiam.
Em 1953/4 – O
governo lançou uma campanha de produtividade que foi alvo de grandes protestos, pois explorava os trabalhadores de forma vergonhosa. Numa manifestação é
assassinada Catarina Eufémia.
Em 1983 – “Aumento do preço dos combustíveis”… “Acordo com o FMI” …” Soares declara que
está afastado o espectro da fome e do racionamento”… “Pacote fiscal proposto
pelo governo é aprovado. CIP fala em rapina fiscal”… “ Lucas Pires fala em estado de sítio fiscal” . No princípio de
1984 é criado o IVA, aumentam as taxas de juro como resposta a uma inflação que
chega a atingir 29%. Há 100.000
trabalhadores com salários em atraso.
Agora, em 2012, foram lançados novos impostos, aperta-se o cinto, o povo sofre. Estamos às
voltas com o FMI mas os instrumentos para sairmos dela são outros, porque não há
possibilidade de desvalorizar a moeda, que foi o que nos safou em 1983.
Relativamente aos ciclos anteriores parece que progredimos, não se fala de
racionamento e nem há mortos e feridos.
Seguidamente Saturno
passa no Nó Lunar Sul (ligado ao destino da Nação) mais ou menos dois anos
depois. Assim:
Em 1926
Salazar assume a primeira pasta governativa para resolver os problemas financeiros
dos governos anteriores.
Em 1955 é fundada a Resistência Republicana e Socialista, futuro PS, liderada por Mário Soares.
Em 1985
Portugal assina o tratado de adesão à então CEE.
E agora que
vamos fazer?
Quis olhar com
mais recuo, agora para o mapa de Portugal de 1 de Dezembro de 1640 (ver post
anterior) onde temos o ascendente a 8⁰ de Capricórnio, e a Lua em oposição a 11⁰ de Caranguejo. São os mesmos pontos considerados no
mapa de 1910 relacionados com a nossa população e imagem do país. Estão a ser
atingidos por Plutão por trânsito. A analise fica mais fácil porque Plutão tem
uma órbita de 246 anos, por isso só aqui passou uma vez deste a Restauração, entre 1766 e 1768. Foi uma época marcada
por uma grande crise económica que leva o Marques de Pombal a uma política de
fomento industrial e ultramarino. A preocupação do rei e do seu ministro, para além
da reconstrução de Lisboa no pós terramoto, foi a de criar instituições no campo
económico e educativo adaptadas ao séc. XVIII.
Há poucas
pessoas a usarem a astrologia para a compreensão histórica, mas as pistas que
toda esta informação nos dão são uteis para nos guiarmos nestes anos de 2012 a
2015.
Primeiro – da
crise não nos safamos facilmente, mas já passamos por pior e a roda gira. Vai
ser necessário um pouco de optimismo para contrariar o pessimismo saturnino .
Segundo – com
esse optimismo devemos manifestarmos-nos mas também criar novas forcas políticas
e económicas que nos encham de dinamismo e esperança, impulsionando novo ciclo
de desenvolvimento.
Terceiro –
como os tempos são outros, não vamos fazer isso através de ditadores, de novos
partidos políticos, de soluções externas, mas sim através de uma verdadeira reconstrução
da identidade nacional – investir no que temos, nas nossas potencialidades e
talentos, na educação como fez o Marquês de Pombal na procura do caminho da modernidade.
Felizmente
para nós já não há a monarquia, porque a rainha D. Maria, a Pia, fez regredir
Portugal e parte das políticas do Marquês foram suprimidas.
Luiza Azancot
[i] Informações históricas e citações foram obtidas no site no Centro de
Estudos do Pensamento Politico do ISCSP-UTL
http://www.iscsp.utl.pt
2 comentários:
A minha intuição diz-me que temos de nos valorizar aos olhos dos outros e perante nós próprios. Acreditar que somos capazes e deixar de depender do estado protector. Deixar de ser pequeninos e avançar na conquista de oportunidades e nichos de mercado. No fundo se pudesse "bazava", como não posso, e já não tenho idade, vou ficando a ver.
Boas dicas LA.
Após 100 anos de republica estamos neste lindo estado.
fq
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