Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João (Jo 6, 51-58)
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«Eu sou o pão vivo descido do Céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne,
que Eu darei pela vida do mundo».
Os judeus discutiam entre si:
«Como pode Ele dar-nos a sua carne a
comer?».
Jesus disse-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Se não comerdes a carne do Filho do homem
e não beberdes o seu Sangue,
não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue
tem a vida eterna;
e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue
permanece em mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e
Eu vivo pelo Pai,
também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu;
não é como aquele que os vossos pais comeram,
e morreram;
quem comer deste pão viverá eternamente».
***
Sentido de
Jesus Eucaristia
Jesus oferece-Se a Si próprio como alimento “pela vida
do mundo”! Não são coisas o que nos oferece – é Ele próprio! E isto, que é tão
bonito, na verdade é muito difícil de aceitar para nós; porque aquilo que que
nós estamos mais propensos a pedir a Deus não é Deus – são coisas! Cada um
ponha a mão na consciência… Nós somos imediatistas, materialistas até, e o mais
habitual é pedirmos a Deus coisas. Somos pobres no pedir, é verdade, essa é a
nossa condição, mas a maior parte das vezes não pedimos o essencial… pedimos
coisas importantes para nós, para os nossos, para os outros; o próprio Jesus
manda-nos pedir tudo aquillo que vem no “Pai Nosso”, “o pão da cada dia”, mas o
que Deus nos quer oferecer é sobretudo Ele próprio: “o pão que Eu hei de dar”,
diz Jesus no Evangelho, “é a minha Carne” – é a sua pesssoa – “para a vida do
mundo”. Ora, eu não sei se estamos realmente propensos a pedir e a acolher o
Salvador, porque Ele oferece-se, mas vai ocupar algum espaço. Ele nasce muito
pequenino, como Menino Jesus, que não teve sequer lugar para nascer na
hospedaria de Belém, mas depois cresceu e oferece-Se também na cruz e, por aí,
na sua ressurreição – na sua presença continuada no meio de nós e vitoriosa
sobre a morte. Oferece-Se inteiramente.
Se O acolhermos no nosso coração, na casa interior de
cada um de nós, Ele vai ocupar espaço! Vai dizer-nos muitas coisas, aquelas que
diz no Evangelho e em toda a Bíblia e que temos de ter presentes depois, porque
Ele vai dizê-las e repeti-las. Ele vai fazer exigências proprias da amizade,
porque os nossos verdadeiros amigos são aqueles que puxam por nós; não são
aqueles que dizem que está tudo certo, mesmo aquilo que não está.
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