Hoje escolhi duas músicas de uma banda que eu pensava já
ter desaparecido há muito: os Pavlov´s Dog, grupo nascido no Missouri, no
começo da década de 70 do século passado. Mais propriamente em Saint Louis,
cidade fundada por franceses na confluência do Mississípi com esse seu
afluente.
Extinto ou não, o certo é que pelo menos em 2010 o grupo
se voltou a reunir para uma digressão que incluiu Portugal, tendo realizado em
Lisboa, no final desse ano, um concerto a que tive o prazer de assistir. Foi no
“Santiago Alquimista”, ao Castelo/Graça (bairros a que me ligam gratas
lembranças da adolescência!), um local em dois pisos, bizarro e escuro, mas
acolhedor e apropriado para concertos mais íntimos, como era o caso.
Foi num Domingo à noite e fui sozinho, o que me impediu
desde logo de partilhar com alguém próximo as sensações de um concerto e de uma
música que me caíram muito bem. Mas enfim, nem sempre se consegue convencer a
família ou algum amigo a sair numa noite fria de Domingo para ouvir alguém que
se conhece mal, como era o meu caso, ou não se conhece de todo.
Realço desde logo David Surkamp, vocalista e personagem
principal da banda, que apesar de já não ser novo, é ainda senhor de uma voz
bem original. Também gostei da violinista, bem mais nova, que aliava à destreza
musical uma presença em palco visualmente deveras agradável.
Espero que gostem das músicas seleccionadas desta banda
que foi buscar o seu nome ao mestre russo que teorizou o desenvolvimento de
comportamentos em resposta a estímulos (reflexos inatos e reflexos condicionados),
utilizando cães nas suas experiências.
Se não gostarem, peço-vos paciência, virtude cristã que
devemos cultivar neste tempo de Quaresma.
fq
3 comentários:
A vantagem de videos com uma imagem fixa é a focagem com que ouvimos as músicas. Confesso a minha ignorância: do Pavlov's Dog sabia que se babava quando tocava uma campainha.
Ouvi e gostei, o que para mim - relativamente ignorante no que diz respeito à qualidade das coisas musicais - é fundamental.
Abraço, sem qualquer espécie de virtude cristã imposta.
Que coisa curiosa.
Não conhecia o frupo e a vocalista tem um timbre diferente. Tremeliques e arrebiques fora de época.
Destabilizador como sempre fq
Eu ia começar por dizer que já tinha ouvido falar mas que não conhecia, mas afinal reconheci pelo menos a primeira música. O que é fantástico é 40 anos depois os tipos ainda mexerem ao ponto de darem concertos no Castelo. E o que é mais admirável ainda é tu ires vê-los numa fria noite de Domingo. Não conheço muita gente com esse entusiasmo, não por um cantor ou um grupo em particular, mas pela música em geral.
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