Não posso deixar de me espantar com o estado actual do nosso Portugal. Há boas notícias para todos os gostos e em áreas muito diferentes: desde logo, a redução do défice e o disparo do crescimento, a saída do PDE ou a (esperada) escalada nos rankings em fuga à ignominiosa classificação de "lixo"; a vitória encarnada nas competições internas de futebol, satisfazendo plenamente no mínimo 6 lusos em cada 10 (não é felizmente o meu caso); a proeza de Salvador Sobral no concurso da Eurovisão, resgatando décadas de más musicas, prestações sofríveis ou algumas pontuações injustas; as hordas de turistas que nos enchem as cidades e os cofres, numa cabal demonstração de que Portugal está na moda e se recomenda. Enfim, de realçar ainda, sobretudo pela longevidade, os convívios alcançados pelas altas figuras da Pátria e no seio da geringonça.
E novas vitórias se perspectivam. Habituados como estamos a comemora-las, não se estranhe se incluirmos no rol as do Real Madrid, o nosso Benfica castelhano.
Claro que nem tudo são rosas, que a tão falada "sustentabilidade" continua a ser uma incógnita. Mas ai de quem se atreva a lançar avisos à navegação, ou mesmo a suscitar apenas algumas dúvidas. É imediatamente apelidado de "profeta da desgraça" e compelido ao degredo.
Não serei também eu a fazer esse papel, ingrato mesmo que patriótico. Espero apenas que não estejamos a ser enganados. De novo.
fq
2 comentários:
Sem ordem de 'chegada':
• O Real Madrid do Ronaldo.
• A proza do cardíaco que faz que canta.
• Futebol e o fado – este teve falta de prensença.
• A economia, para rir ou para chorar.
• o desgoverno v.g., a gerigonça, a ladroagem benzida.
• O turisminho.
• Os convívios. Perguntem a uma profissional de alterne o que significa a palavra.
• A esperança de não ser enganado — em geral o último a conhecer.
Adeus. Até pode apagar porque eu olho para O mais alto.
Os ladrões do presente.
Excelente texto.
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