21 agosto 2025

a nossa geração *

 às vezes,

é como se conduzisse um carro,
mantendo um olho na estrada que leva ao futuro
e o outro no retrovisor.

emparedado, entre uma coisa e outra,
fácil é ficar estrábico (que me desculpem os estrábicos),
até porque não podemos deixar de continuar
a olhar também para o painel de instrumentos,

seus manómetros, indicadores, luzinhas vermelhas a piscar,
toda uma panóplia de tempos presentes
reclamando atenção
e urgência.

inspiro-me na beat generation,
para brincar aos poemas,
na vã esperança de que não me saia ao caminho
uma outra geração (a nossa, temo bem):

the beaten generation.

outra forma de dizer que também nós (nos) perdemos.

gi.

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* publicado originalmente a 27 de Junho de 2012

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