23 janeiro 2012

Fórmula para o caos


Da Democracia na América

Desde o início de 2012 já ocorreram três actos eleitorais com a vista à nomeação do candidato republicano que vai enfrentar Barack Obama nas presidenciais de 4 de Novembro de 2012. Em três eleições estaduais (Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul), três vencedores diferentes. Parece consensual que Mitt Romney será o mais forte dos candidatos, que gera maior consenso entre os leitores independentes, que domina melhor os assuntos e o menos dogmático dos runners à Casa Branca. Porém, este novo fôlego conseguido por Newt Gingrich poderá vir a baralhar as contas. O ex-speaker da Câmara dos Representantes venceu, na madrugada de ontem, a eleição na Carolina do Sul. Para uns foi surpreendente, dado a vantagem que Mitt Romney parecia levar. Mas sendo a Carolina do Sul um estado com uma sociedade ultraconservadora, não será estranho ter dado a vitória ao candidato mais à direita. 

Para nós, europeus, todo este frenesim de eleições primárias dos partidos americanos é-nos pouco ou nada familiar. Estamos habituados a que os candidatos nos sejam impostos pelas máquinas partidárias. Não tendo eu nada contra os partidos, não deixa de me causar alguma inveja esta interacção e proximidade que a democracia e o sistema eleitoral americano promovem entre representantes e representados. Obviamente que os EUA não são exemplo para tudo. Mas é um facto que os pais fundadores da América lograram o objectivo de criar uma Big Society em que todos têm uma oportunidade. Ao contrário do que se passa na Europa, não é a militância partidária que traça o caminho entre o anonimato e a carreira política, mas sim a legitimação nas urnas. Apenas assim se cumpre o desígnio de Abraham Lincoln do "governo do povo, pelo povo e para o povo ".

Pedro Castelo Branco

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo completamente que a Europa, neste campo (e em vários outros), teria muito a aprender com a democracia norte-americana. Obrig. pelo seu post, M.Zarco

Luiza Azancot disse...

De quem tem grandes ligacoes aos USA, que continua a ouvir a radio de Washington, aqui fica o aviso "be careful what you wish for, you may get it". Nos na Europa podemos mudar, se nos empenharmos, a forma como os partidos nomeiam os candidatos. Nos States o dinheiro impera. Lincoln deve-se estar a revirar no tumulo. Newt recebeu recentemente 5 milhoes, repito 5 milhoes de dolares dum ricaco defensor de Israel que concorda com ele que a Palestina e' uma invencao. Foi esse dinheiro (nao ha' limitacoes de contribuicao nas campanhas eleitorias americanas) que permitiu ao Gingrich por uma quantidade monstra de anuncios na Carolina do Norte.. e ganhar.

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