- Sente-se aqui!
- Não se preocupe, eu estou habituada a ficar de pé. Sabe, o meu paizinho era uma pessoa muito ontoritária.
Para a próxima já sei: Vou de ontomóvel. Continuo a achas que o mundo está virado oncontrário.
E porquê?
Não sei. Pergunta-me outra vez... Continuo sem saber. Espera, foi a areia do Guincho! Não... foi o vento desordenado que mexe as ondas e nos baralhou as ideias? Pois, eu não sei.
Só sei só que me encheste o coração numa altura em que o via como uma bóia velha a esvaziar a cada segundo. Não sei qual foi a razão para me desarmares, me despires a alma e os sentimentos. Mas baralhaste-me. Baralhas-me, confundes-me e desnorteias o meu Norte tão regrado e sempre tão composto.
Não sei, mas fazes-me chorar sem ser por ti, fazes-me rir sem razão aparente e fazes-me sentir que existo, mesmo quando me ignoras.
Não sei qual é o poder que tens sobre mim e às vezes nem sei se existes. Não sei se é possível a barriga doer de tanta dor, morrer de tanto rir ou sofrer de tanto amor.
Eu não sei. Falta-me saber tanta coisa. Não sei se deva, se quero ou se posso. Não sei se quero para sempre ou se quero nunca mais. Sei que o mundo está virado ao contrário. Eu não sei.
TdB
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
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2 comentários:
Que bonito, TdB. Percebo-a muito bem. pcp
Pois em verdade lhe digo (e não fui eu quem primeiro o disse): quem sabe que pouco sabe, sabe o mais importante.
Gostei muito. Muita da melhor poesia alguma vez escrita utilizou a prosa para se expressar. De certa maneira, foi o que senti, ao ler as suas palavras.
As minhas flores,
gi.
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