08 janeiro 2012

Solenidade da Epifania do Senhor

Hoje é Domingo e eu não esqueço a minha condição de católico. 

Durante as últimas semanas escrevi brevemente, para o boletim da minha paróquia, sobre algumas figuras do presépio: Nossa Senhora no seu sim, S. José confrontado com a dúvida e com a confiança, os pastores a quem foi dito para não temerem. Faltaram-me os Reis Magos, mas o destino quis que discorresse aqui sobre eles.

Talvez não haja uma evidência para os Magos, quem sabe gentios vindos do Oriente, mas um sinal. O que os move na direcção de Belém não é algo palpável, comprovável pela ciência de então. O que os move é um sinal - mais do que uma prova. O que nos move a nós, cidadãos do tempo da técnica e da objectividade? Como encaramos nós os sinais e lemos a vida na nossa condição de cristãos? O que nos faz sair do oriente das nossas casas para seguir a estrela que nos levará ao presépio? Como conseguimos ser desinstalados, deitando-nos à peregrinação?

Melchior, Baltasar e Gaspar, Reis mais prováveis pela tradição dos tempos do que pelo rigor histórico, adoraram um Rei que era maior do que eles, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra. O que oferecemos nós a quem nada nos pede mas tudo nos dá? Qual a dimensão da nossa oferta, como evidenciamos a nossa adoração a quem nos desafia a Ser, mais do que a  Ter? 

Os sábios do Oriente regressaram à sua terra por outro caminho. Viram o Menino, e só isso bastaria para que o retorno tivesse rumo diverso. Afinal, depois de O conhecermos, nada poderá igual, sendo que a nossa vida tem de ser palmilhada de outro modo.  

Ao ver a estrela, sentiram grande alegria.

Bom Domingo para todos.

JdB



EVANGELHO – Mt 2,1-12

Leitura de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia,
nos dias do rei Herodes,
quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente.
«Onde está – perguntaram eles –
o rei dos judeus que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente
e viemos adorá-l’O».
Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado
e, com ele, toda a cidade de Jerusalém.
Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo
e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias.
Eles responderam: «Em Belém da Judeia,
porque assim está escrito pelo profeta:
‘Tu, Belém, terra de Jusá,
não és de modo nenhum a menor
entre as principais cidades de Judá,
pois de ti sairá um chefe,
que será o Pastor de Israel, meu povo’».
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos
e pediu-lhes informações precisas
sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela.
Depois enviou-os a Belém e disse-lhes:
«Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino;
e, quando O encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-l’O».
Ouvido o rei, puseram-se a caminho.
E eis que a estrela que tinham visto no Oriente
seguia à sua frente
e parou sobre o lugar onde estava o Menino.
Ao ver a estrela, sentiram grande alegria.
Entraram na casa,
viram o Menino com Maria, sua Mãe,
e, prostrando-se diante d’Ele,
adoraram-n’O.
Depois, abrindo os seus tesouros,
ofereceram-Lhe presentes:
ouro, incenso e mirra.
E, avisados em sonhos
para não voltarem à presença de Herodes,
regressaram à sua terra por outro caminho.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que bem comentado!
Abr
fq

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