Desde que me lembro, sempre fui bastante regrado e
propenso a rotinas, pessoais e profissionais, que cumpro com rigor e denodo. Se
por infeliz acaso as ditas me começam a falhar, seja por que motivo for, logo
se instalam a desorientação e o nervosismo, para meu mal e daqueles que me têm
de aturar. Só há descanso quando a ordem normal das coisas é restabelecida. E
verifico com algum temor que, com o passar dos anos, a evolução nesta matéria
não me parece animadora!
Há naturalmente regras e regras, rotinas e rotinas. Há
aquelas de cujo eventual incumprimento não virá grande mal ao mundo e as que,
nessa infeliz eventualidade, nos podem trazer grandes amargos de boca e outras
consequências que tais. Há as que cumprimos com prazer e demora e as que
ansiamos por que se cumpram depressa e se possível bem e sem repetição. E as
que temos de cumprir sozinhos, quantas das vezes em penoso sofrimento, e
aquelas em que podemos contar com uma ajudinha alheia sempre bem vinda.
E, mais a sério, há que manter e desenvolver “regras de
vida”, meios de aperfeiçoamento da pessoa, procurando no quotidiano combater
defeitos, mudar atitudes e hábitos arreigados e cultivar virtudes em que tantas
vezes não passamos da intenção, contribuindo para um maior bem estar e
felicidade, desde logo do próprio e em consequência daqueles que lhe estão mais
próximos, para assim, acredito, melhor responder à vontade de Deus. Claro que
esta é matéria difícil em que falho todos os dias. Tenho no entanto o
privilégio de ter quem regularmente me vai lembrando estas coisas e, por isso,
também menos espaço para desculpas…
A regra que vos apresento hoje é de somenos: sair depois
do jantar para um passeio de 20 minutos no bairro de ruas empinadas e mal
calcetadas onde moro, pois é sabido que sem corpo são nada feito. Procuro
“arrastar” a minha cara-metade nestas andanças, mas nem sempre os meus
argumentos são mais convincentes do que aqueles que lhe dizem para ficar por
casa. Em resumo, muitos passeios começam e acabam à conversa com os botões
próprios. Num deles, numa praça próxima numa noite de Junho, deparei-me com
este grupo.
Simpatizei com o vocalista, excelente comunicador, gostei
do ritmo e achei as letras engraçadas e apropriadas para os tempos que vivemos.
Por tudo isso, aqui estão 2 músicas dos Anaquim, que espero que também
apreciem.
fq
1 comentário:
Ouvi a primeira musica, ainda nao tive oportunidade de ouvir a segunda. Vou ater-me no texto, de que gostei mais, embora goste sempre das tuas escolhas. Percebo-te bem mais as rotinas. Um filosofo grego, de cujo nome nao me lembro agora, dizia q o merito das coisas está na repeticao... Fiquei mais satisfeito, eu q sou rotineiro e gosto de uma certo manutencao das coisas ordenadas.
Abraco
JdB
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