III Assembleia-geral extraordinária do Sínodo dos Bispos
Desafios pastorais da família no contexto da
evangelização
Documento preparatório - Vaticano
2013
(
Documento completo aqui)
III – QUESTIONÁRIO
As seguintes perguntas
permitem às Igrejas particulares participar ativamente na preparação do Sínodo
Extraordinário que tem a finalidade de anunciar o Evangelho nos atuais desafios
pastorais a respeito da família.
1. Sobre a difusão da
Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família
a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da “Gaudium et
spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério
pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os
nossos fieis são formados para a vida familiar, em conformidade com o
ensinamento da Igreja?
b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente.
Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?
c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas
pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que tipo de catequese sobre
a família é promovida?
d) Em que medida – e em particular sob que aspetos – este ensinamento é
realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes
extraeclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do
ensinamento da Igreja sobre a família?
2. Sobre o matrimónio segundo
a lei natural
a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos
institucional, educativo e académico, quer a nível popular? Que visões da
antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da
família?
b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é
geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?
c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união
entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta
e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
d) Quando a celebração do matrimónio é pedida por batizados não praticantes,
ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que daí
derivam?
3. A pastoral da família
no contexto da evangelização
a) Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à
preparação para o matrimónio? Como se procurou estimular a tarefa de
evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da
família como “Igreja doméstica”?
b) Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à
complexidade da vida e da cultural contemporânea?
c) Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias
cristãs souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?
d) De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar
souberam criar percursos exemplares?
e) Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram
oferecer, em ordem à difusão de uma visão integral do casal e da família
cristã, hoje credível?
f) Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais
em formação e dos casais em crise?
4. Sobre a pastoral para
enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis
a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na
Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-la numericamente?
b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil?
Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?
c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral
relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-los
numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais
adequados?
d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão
conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se
marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os
sacramentos?
e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à
Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Entre
as pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes
sacramentos?
f) A simplificação da práxis canónica em ordem ao reconhecimento da
declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma
contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas
interessadas? Se sim, de que forma?
g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta
atividade pastoral? Existem programas a este propósito, nos planos nacional e
diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados
recasados e como se põe em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de
fé?
5. Sobre as uniões de
pessoas do mesmo sexo
a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de
pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimónio?
b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado
civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as
pessoas envolvidas neste tipo de união?
c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram
viver em conformidade com este tipo de união?
d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é
necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
6. Sobre a educação
dos filhos no contexto das situações de matrimónios irregulares
a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e
adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias
regularmente constituídas?
b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os
sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensino da religião em geral?
c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais
destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?
d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a
administração do sacramento e o acompanhamento?
7. Sobre a abertura dos
esposos à vida
a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae
vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da
avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que
aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto
de vista pastoral?
b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspetos mais problemáticos que
tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares,
para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da Humanae vitae?
d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da
penitência e na participação na Eucaristia?
e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a
doutrina da Igreja e a educação civil?
f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o
aumento dos nascimentos?
8. Sobre a relação entre
a família e a pessoa
a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um
lugar privilegiado para que isto aconteça?
b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem
tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?
c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar,
incidem sobre a vida familiar?
9. Outros desafios e
propostas
Existem outros desafios
e propostas a respeito dos temas abordados neste questionário, sentidos como
urgentes ou úteis por parte dos destinatários?