Quando, em meados de 2001, me desloquei à Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro – tinha uma ideia muito difusa do verdadeiro impacto da doença nos mais jovens. O meu conhecimento advinha, essencialmente, de informações que recolhera para enfrentar um inimigo que me entrara inesperadamente casa adentro.
Ao longo dos últimos três anos, tive o gosto de colaborar na Associação – como moderador num grupo de pais ou como membro da Direcção. Pude então aperceber-me, com maior rigor, da crueza das estatísticas, da dimensão dos dramas, mas também da alegria das vitórias. Por maior que fosse a minha generosidade, nada compensaria o que recebi das pessoas com quem me cruzei – doentes, voluntários, pais, amigos. No deve-e-haver da minha relação com os outros, a Vida quis ser generosa comigo.
O cancro infantil é uma doença traiçoeira, porque atinge os mais fracos, os mais desprotegidos, aqueles que deveriam ter pela frente um percurso feliz, feito de amor e carinho, de brincadeiras inocentes, de sonhos que se não desfazem. Fernando Pessoa diria que o melhor do mundo são as crianças e a nossa sensibilidade mais elementar não consegue aceitar a injustiça que se abate sobre elas.
Somos o que somos e a nossa circunstância. Apesar das rasteiras da vida, não consigo deixar de pôr as palavras «esperança» e «sucesso» ao lado do logotipo da Acreditar. Apesar dos atropelos do destino, não consigo abdicar desta Fé que me leva a crer em dias melhores, me dá forças redobradas, me orienta o caminho. Apesar dos desânimos momentâneos, obrigo-me a imaginar o dia de todas as vitórias.
Este livro também é dedicado, de uma forma especial, à Acreditar e a todos os que combatem diariamente uma luta sempre desigual, sempre injusta. Aos voluntários, que abdicam da certeza das suas vidas para se oferecerem às incertezas dos outros, nem sempre sabendo que se recebe muito mais do que se dá; às crianças – não só as que evidenciam que o sucesso é possível, mas também aquelas cuja partida deixou visível um rasto de afecto que contamina os corações; é dedicado, por último, aos pais, esses lutadores incansáveis que escondem a tristeza que diminui por trás do sorriso que conforta, que acreditam, não no fim das coisas, mas na vida que se renova todos os dias.
Ao longo dos últimos três anos, tive o gosto de colaborar na Associação – como moderador num grupo de pais ou como membro da Direcção. Pude então aperceber-me, com maior rigor, da crueza das estatísticas, da dimensão dos dramas, mas também da alegria das vitórias. Por maior que fosse a minha generosidade, nada compensaria o que recebi das pessoas com quem me cruzei – doentes, voluntários, pais, amigos. No deve-e-haver da minha relação com os outros, a Vida quis ser generosa comigo.
O cancro infantil é uma doença traiçoeira, porque atinge os mais fracos, os mais desprotegidos, aqueles que deveriam ter pela frente um percurso feliz, feito de amor e carinho, de brincadeiras inocentes, de sonhos que se não desfazem. Fernando Pessoa diria que o melhor do mundo são as crianças e a nossa sensibilidade mais elementar não consegue aceitar a injustiça que se abate sobre elas.
Somos o que somos e a nossa circunstância. Apesar das rasteiras da vida, não consigo deixar de pôr as palavras «esperança» e «sucesso» ao lado do logotipo da Acreditar. Apesar dos atropelos do destino, não consigo abdicar desta Fé que me leva a crer em dias melhores, me dá forças redobradas, me orienta o caminho. Apesar dos desânimos momentâneos, obrigo-me a imaginar o dia de todas as vitórias.
Este livro também é dedicado, de uma forma especial, à Acreditar e a todos os que combatem diariamente uma luta sempre desigual, sempre injusta. Aos voluntários, que abdicam da certeza das suas vidas para se oferecerem às incertezas dos outros, nem sempre sabendo que se recebe muito mais do que se dá; às crianças – não só as que evidenciam que o sucesso é possível, mas também aquelas cuja partida deixou visível um rasto de afecto que contamina os corações; é dedicado, por último, aos pais, esses lutadores incansáveis que escondem a tristeza que diminui por trás do sorriso que conforta, que acreditam, não no fim das coisas, mas na vida que se renova todos os dias.
(João de Bragança, 19 de Março de 2005, no prefácio do livro Deus pregou-me uma partida, em co-autoria com Rita Jonet)
Sem comentários:
Enviar um comentário