20 dezembro 2009

4º Domingo do Tempo do Advento

Hoje é Domingo e eu não esqueço a minha condição de Católico.
Há a riqueza desmesurada da Igreja; as violências imperdoáveis de alguns religiosos sobre crianças indefesas; a incoerência do clero; a maledicência de quem vai à igreja dominical e desanca a vida alheia; a discutível prioridade dos responsáveis pelas paróquias; a necessidade de protagonismo dos leigos que obscurece a virtude do serviço; o olhar permanente e crítico de alguns sobre as opções do próximo; a culpa judaico-cristã; a visão tantas vezes desactualizada e injusta do que é o pecado; a intolerância de quem reza todos os dias e se sente melhor do que os outros; há a prática que se baseia no "jeito"; há a crítica de quem não vai mas que quer escolher o confortável. Há a imperfeição de todos.
A minha oração de hoje, último Domingo antes do Natal, vai para a igreja que somos todos nós, leigos e consagrados. Para esta igreja que temos de amar, porque é humana, porque faz um caminho que terminará no fim dos tempos. Para esta igreja que é imperfeita. Mas que é a nossa, e sem a qual a nossa Fé fica incompleta.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».

2 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito, JdB! Que realista, quase que cru. Mas é isso que a Igreja é (somos). Tal como cada um de nós. Cheios de virtudes e defeitos. Que espectáculo de descrição. Obrigada por me falar da Igreja. pcp

Ana CC disse...

Imperfeições dos imperfeitos. Mas há uns mais imperfeitos do que os outros e esses são aqueles que não conhecemos, com quem não privamos, porque a esses é mais difícil reconhecer que possam cumprir de forma honesta, desinteressada e vivida a proposta "Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor». Rezemos para que possamos considerar todos iguais. Todos gentes de bem. Obrigada JdB pela lembrança e pela sua compreensão "Para esta igreja que é imperfeita. Mas que é a nossa, e sem a qual a nossa Fé fica incompleta".

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