não sei se sonhei ou se falo de matéria viva,
mas sei que era decerto primavera nessa noite
em que desenhávamos tangentes e paralelas
nessas nossas conversas de náufrágio,
que tão bem sabemos reconhecer à légua.
lá dentro, e lá atrás, a música noise musculada
servia apropriadamente de banda sonora
para mais uma noite numa cidade emprestada,
que calhou ser esta, mas bem poderia ser outra,
mesmo que não gostemos de o reconhecer.
pelo retrovisor e pelo oráculo, passado e futuro,
como moving walls nos filmes de aventura,
ameaçando esmagar este tempo presente (tudo o que temos).
falávamos do butão, da tailândia, da tua ilha, geografias precisas
(ou preciosas), por onde os nossos afectos vôam
quando nós, seus não donos e ainda menos senhores,
mas sei que era decerto primavera nessa noite
em que desenhávamos tangentes e paralelas
nessas nossas conversas de náufrágio,
que tão bem sabemos reconhecer à légua.
lá dentro, e lá atrás, a música noise musculada
servia apropriadamente de banda sonora
para mais uma noite numa cidade emprestada,
que calhou ser esta, mas bem poderia ser outra,
mesmo que não gostemos de o reconhecer.
pelo retrovisor e pelo oráculo, passado e futuro,
como moving walls nos filmes de aventura,
ameaçando esmagar este tempo presente (tudo o que temos).
falávamos do butão, da tailândia, da tua ilha, geografias precisas
(ou preciosas), por onde os nossos afectos vôam
quando nós, seus não donos e ainda menos senhores,
precisamos de calor, de um ombro possível, de uma coisa qualquer
- de tudo o que nos afaste dos silogismos da amargura,
da tentação de nos reduzirmos a um vale de lágrimas,
desse abismo que nos situa num teatro do absurdo.
era noite, primaveril, doce. recordo-me bem
do seu abraço suave e dos seus lábios sobre os meus
e só por isso sei que não falo de um sonho
em que entrássemos nós, o passado e o futuro,
geografias próximas e longínquas, toda a geometria
dos afectos, quando a conseguimos articular.
longe ou perto, ontem ou depois de amanhã, não sei bem,
mas sei que dou deveras graças por poder escrever isto,
principalmente a um domingo (dia em que me falta tudo),
tal como dou graças pela tua amizade e presença.
e é por tudo isto que te conto um segredo (posso?):
voei, nessa mesma noite, até ao grande templo das pedras;
dominei, finalmente, a grande geometria humana;
encontrei, acho, a coragem para deixar o sonho
e dizer-te que "arqueologia futura" sôa-me bem,
nem tu sabes quanto.
- de tudo o que nos afaste dos silogismos da amargura,
da tentação de nos reduzirmos a um vale de lágrimas,
desse abismo que nos situa num teatro do absurdo.
era noite, primaveril, doce. recordo-me bem
do seu abraço suave e dos seus lábios sobre os meus
e só por isso sei que não falo de um sonho
em que entrássemos nós, o passado e o futuro,
geografias próximas e longínquas, toda a geometria
dos afectos, quando a conseguimos articular.
longe ou perto, ontem ou depois de amanhã, não sei bem,
mas sei que dou deveras graças por poder escrever isto,
principalmente a um domingo (dia em que me falta tudo),
tal como dou graças pela tua amizade e presença.
e é por tudo isto que te conto um segredo (posso?):
voei, nessa mesma noite, até ao grande templo das pedras;
dominei, finalmente, a grande geometria humana;
encontrei, acho, a coragem para deixar o sonho
e dizer-te que "arqueologia futura" sôa-me bem,
nem tu sabes quanto.
(suspiro)
it could still be a perfect world, i guess..
gi.
1 comentário:
it really could, bom dia gi.
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