24 setembro 2013

Pensamentos impensados


Não sei se já alguma vez aqui escrevi sobre o sufrágio universal, é uma actividade pela qual não tenho a menor consideração, achando-a uma burla; o primeiro sufrágio de que me lembro foi pedido por Pôncio Pilatos perguntando à multidão quem queria que fosse solto, se Jesus Cristo ou Barrabás; o resultado foi o que se sabe.

Vi Merkel a votar e pensei para quem iria o voto: para Hitler, para o Kaiser ou para mim (cruzes canhoto). É ridículo. Uma vez vi um jornalista a fazer uma pergunta estúpida a Cavaco Silva. O presidente, com aquele sorriso de Mona Lisa, provinciano de Boliqueime, respondeu: o voto é secreto. Mantém-se o ridículo.

Quem é candidato a qualquer lugar sujeito a sufrágio não devia votar; os pequenos partidos, sem a menor hipótese de ganhar seja o que for, deviam praticar voto útil para não ser uma autofagia. Votar em si próprio é ridículo. Já todos vimos pessoas a serem entrevistadas na rua mostrando uma ignorância e uma estupidez de bradar aos céus; repugna-me que o meu voto tenha o mesmo valor que o deles, assim como acho que o meu voto não pode ser igual ao de um intelectual de craveira e honesto.

Os Reis não votam.

Como não sou democrático, respeito quem vota.

Votem, e como diz o dono deste estabelecimento, façam o favor de ser felizes.

SdB (I)

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