Soube desta versão - ou foi-me relembrada esta versão - ouvindo telefonia numa manhã chuvosa de trânsito. Fui à procura dela - e gostei. Ao meu lado alguém me dizia, aos primeiros acordes, que já estava desinteressada.
Há vários factores que me fazem gostar:
1) ser a Carminho, de quem sou apreciador;
2) ser acompanhado por um acordeão. Sou bastante conservador em termos de fado (a bem dizer em termos de quase tudo...) mas gostei do contraste.
3) fiz uma associação que para mim funcionou - o espectáculo era de solidariedade por uma desgraça (enfim, por que outro motivo seria...?), e a versão conferiu ao fado uma (talvez) tristeza suplementar que me pareceu casar bem.
4) gosto que se use a expressão "anelos" [ó meu amor marinheiro / ó dono dos meus anelos / não deixes que à noite a lua / roube a cor aos teus cabelos] que o dicionário diz que significa desejo ardente, ansiedade.
A tristeza, como saberão os que me conhecem ou vão tendo paciência para o dono e editor do estabelecimento, não me entristece. Dá apenas uma certa rugosidade macia à vida.
JdB
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