22 abril 2025

Em memória do Papa Francisco (1936 - 2025)

 

Em 2023, aquando da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, tive a oportunidade de conhecer o Papa, de lhe dirigir algumas palavras e de cumprimentá-lo. Fi-lo enquanto presidente da Acreditar, tendo sido acompanhado por cerca de 25 pessoas, maioritariamente pais / mães e crianças / jovens doentes. Para um católico, o privilégio foi imenso.

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Sou contemporâneo de cinco Papas, embora relativamente a dois - Paulo VI e João Paulo I - não tenha grande memória nem opinião, por motivos diferentes: o primeiro morreu em 1978, tinha eu 20 anos, e a religião ocupava um lugar rotineiro talvez menor na minha vida, numa altura em que estaria focado noutras áreas da existência. O outro Papa não viveu tempo suficiente para deixar marca.

O meu Papa não é o Papa Francisco. Não por uma questão política ou doutrinária, mas, talvez, porque João Paulo II tenha imprimido uma marca suficientemente forte em mim para relegar os Papas seguintes para uma posição menos cimeira. Como qualquer católico - e uma vez que o Papa só é infalível em matéria de fé - olho para o papado de Francisco com um olhar misto. Não concordei com tudo, mais na forma do que no conteúdo, mas reconheço que houve momentos determinantes para a Igreja nos últimos anos: mudou-se o discurso, o foco, a importância relativa das coisas. Abordaram-se temas fracturantes para o mundo católico, mas que são temas que merecem ser discutidos, nomeadamente o acesso aos sacramentos por parte dos recasados e a relação da Igreja com os homossexuais; deu-se uma conotação mais significativa à palavra periferia e a expressão igreja em saída deixou de ser mera retórica. Para a posteridade ficará o rompimento do Papa Francisco com alguns sinais de grandeza tradicionais e, na memória de muitos, o todos, todos, todos. 

Perguntei há pouco tempo a um padre quem seria o próximo Papa. Falou-me de um asiático (bispo de Manila) ou de um africano (Guiné Equatorial ou Gana, talvez). A ver vamos quem tocará esta difícil barca da igreja para a frente. A mim, como católico, resta-me rezar para que o Espírito Santo ilumine quem vai ter de escolher a pessoa mais indicada para os tempos que atravessamos.

JdB    

1 comentário:

Anónimo disse...

Bento XVI, doutrinador extraordinário, é o "meu Papa".

Abr
fq

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