lembrar o rapaz com o espinho cravado,
como na canção dos smiths lá de manchester,
cidade de futebol industrial e de rugoso sotaque.
lembrar o rapaz com o espinho cravado,
com naquele quadro de são sebastião em sangue,
no museuzito da terra onde nascemos.
anos depois, um senhor infiel e iconoclasta,
crismou uma canção partida, como só ele sabe,
chamando-lhe "lucky like saint sebastian".
fel e ironia sobre um manto de electrónicos blips,
música pop estilhaçada, ironia e heresia,
misturadas com a mais negra cicuta.
lembrar o rapaz com o espinho cravado
e perguntar-lhe:
tu, sim tu, escolheste o teu caminho?
lembrar o santo ensaguentado a setas e pontas de lança
e perguntar-lhe:
tu, sim tu, escolheste o teu destino?
mas é sempre possível outra leitura,
desenhada a esquadro e ternura,
desvelando o enigma maior:
acreditar que o rapaz,
como são sebastião outrora,
sabe exactamente onde reside
o exacto compasso do amor.
gi.
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
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2 comentários:
Bom dia Gi.
O amor não precisa de ser assim. Estranho, o que gosto de o ler, equivale também a uma dose de agonia. Sinto esse espinho como se fosse meu. arte sua? sensibilidade minha? Quem sabe!
Muito bonito. E muito triste. Mas estou como a Ana CC, o amor não tem de ser necessariamente assim... Mas obrigada, sempre, por poemas sempre originais e com belíssimas imagens. pcp
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