A criança, na sua
essência, não sente rancor nem inveja; não conhece o mal nem a mentira. Não se preocupa se é o maior ou se chega em
primeiro lugar. Estas características são fruto de uma sociedade que se impõe, uma
sociedade que nos impõe metas e ambições, que nos transforma e nos deforma, nos
agride e nos regride. A criança, em si, não tem maldade e é por isso que Jesus
escolhe, precisamente, uma criança para explicar aos discípulos a forma de
chegar ao Pai.
À medida que vamos
crescendo, vai crescendo em nós a importância de sermos os melhores, os mais
rápidos, os mais ricos, os mais inteligentes... Não há nada de errado em sermos
bons, rápidos, ricos ou inteligentes! O problema é quando isso se torna o
centro da nossa vida e da nossa vivência e, às tantas, ficamos cegos para o que
está à nossa volta. Queremos ser os primeiros e não olhamos a meios para o
atingir, porque nascemos inteligentes, desprezamos os que o não são, fizemos
fortuna e não sabemos partilhar. A
mensagem que tiro desta leitura é simples: não esqueçamos a criança que há em
nós, deixemos que ela continue a pautar as nossas decisões e as nossas acções,
em toda a sua pureza e simplicidade. A competitividade e a concorrência são
coisas dos homens e não de Deus. Deus ama-nos a todos igualmente, cada um com o
seu ritmo, cada um com as suas virtudes e defeitos. Não precisamos competir uns
com os outros; antes, deixemo-nos amar por Ele.
Domingo Se Fores à Missa, sê Criança
!
Maf
Evangelho
segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos atravessaram a Galileia, mas Ele não queria que ninguém o soubesse,
porque ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará.»
Mas eles não entendiam esta linguagem e tinham receio de o interrogar.
Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: «Que discutíeis pelo caminho?»
Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»
E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes:
«Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou.»
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