17 julho 2019

Vai um gin do Peter’s ?

ARTE EM CÉU ABERTO COM VHILS

Nascido na periferia de Lisboa, em 1987, treinado em graffiti desde os 10 anos e curso de Belas-Artes em Londres, Alexandre Farto rapidamente ganhou fama mundial. Mas com outro nome – o pseudónimo artístico Vhils. Este Verão, está a participar numa exposição em Nova Iorque ao lado dos cracks da arte urbana. 

Poucas são as grandes metrópoles que ainda não exibem um grande mural do artista. Presente em Londres, Paris, Berlim, Xangai, Sidney, Roma, múltiplos pontos do Brasil, EUA, Alemanha, França, Grécia, Noruega… merece uma viagem de circum-navegação, tal o grau de internacionalidade do seu património.



Criado na cintura industrial lisboeta, viveu a dureza de um país saído de uma revolução político-militar e falido duas vezes, no curto espaço de uma década. A utopia socialista-marxista foi a primeira paixão. Mas a idade e o mundo mostraram-lhe alguns dos senões das derivas ideológicas radicais, que tentam sobrepor-se à realidade atrás da miragem do ‘homem novo’. Ficou-lhe, pelo menos, o hábito (bom) de querer passar mensagens, ao jeito da ‘arte de intervenção’. Nesse afã de comunicar, por vezes, prefere a fórmula directa da frase provocatória: «Even if you win the rat race, you’re still a rat”. 

Para a capital alemã, escolheu a imagem da líder europeia que considera a mais lúcida da actualidade – a Chanceler Merkel. Recordou-a em olhar atento, ciente dos desafios homéricos, firme, sem ilusões e algum sofrimento. Quis também enquadrá-la no arco de estrelas da bandeira da UE, em homenagem à estadista e pelo futuro da Europa.



Em Lisboa, já há um roteiro possível para visitar as suas principais instalações, começando no berço da cidade:

ALFAMA
Amália posa em calçada portuguesa, no qual Vhils quis ter o apoio dos calceteiros da cidade.
Rua dos Cegos, nº 42.

SANTA APOLÓNIA
«Underdogs» data de 2013 e resultou no contributo do português para uma parceria sobre Arte Urbana, com PixelPancho, um artista de Turim. Lx Factory, na Avenida Infante Dom Henrique - Cais do Jardim do Tabaco.

ROSSIO
Intitulado «Memória (1964)», recorda o incêndio que devastou o Teatro D. Maria II, na madrugada de 2 de dezembro de 1964.
Salão Nobre do Teatro D. Maria II, na Praça Dom Pedro IV.

CHIADO
No interior do restaurante «O Honorato», a obra de Vhils destaca-se na parede junto ao balcão.
Largo Rafael Bordalo Pinheiro, desde Maio de 2015.

SANTA CATARINA 
A esplanada de um restaurante vegetariano de Santa Catarina soube aproveitar a marca muito humana que Vhils deixou impressa na fachada do nº 8 da Rua das Gaivotas

ALCÂNTARA – I       
«Dissecção» começou por integrar uma exposição de Vhils (Jun.2014), para continuar exposto no número 28 da Avenida da Índia, perto da antiga FIL.

ALCÂNTARA – II
Obra de Fev.2011, pertenceu ao festival de arte urbana Crono e ficou gravada na rua Cascais.

PÇ ESPANHA
Peça exterior de uma exposição da galeria de arte Vera Cortês, em Maio de 2012.
Avenida Calouste Gulbenkian, junto à Praça de Espanha.

BENFICA
Segunda peça da mesma exposição da galeria Vera Cortês, implantada no Eixo Norte-Sul, na rua Padre Carlos dos Santos, Bairro das Furnas - Lisboa.

BRAÇO DE PRATA
Concluída em Dez.2010, foi cenário do vídeo "M.I.R.I.A.M." da banda Orelha Negra, gravado em 2011. Rua Fábrica do Braço de Prata.

Vale a pena ampliar o circuito e fazer uma viagem(1), ao menos virtual, às centenas de instalações que Vhils espalhou pelas ruas movimentadas de outros pontos do globo. Ter encontrado uma linguagem para falar a todos… é Arte! 


Maria Zarco
(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

 (1) https://www.vhils.com/

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