Dizia assim: “Para a Maria, que bem sabe o que significa este livro para nós dois, do António”
Esta outra história semi-contada na dedicatória sempre me pareceu ter mais intriga que o livro.
Cem anos passados, a tinta deixou no papel gasto o traço de uma relação que escondeu para si a trama toda, criando um segredo da forma mais tradicional: pondo-nos de fora.
Somos excluídos com pouca subtileza, abrindo o equívoco e deixando-nos a imaginar o que eles sabem e nós não. Trazendo até netos e bisnetos a centenária Maria a receber com cumplicidade o testemunho de um segredo a dois.
O que poderia ter significado este livro para ela?
Não o texto, que é uma novela banal, de fraco enredo e fim feliz.
Então o quê?
Que guardou então esta dedicatória até aos nossos dias?
O segredo, interrogo-o com prazer novo e idêntico mistério cada vez que abro o livro.
Os vinte anos vibrantes da Avó Maria, esses rejuvenescem por milagre quando, com ela, de cada uma dessas vezes, o abro.
JCN
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
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5 comentários:
E que alguém saiba valorizar e perpetuar essa magia...! RF
Chegada à última linha, gostava de ter encontrado "continua"... MB
sim...
Continua?
cá para mim ele pregou-a. a Avó Maria rejubilará sempre q lembrar aqueles dias de redenção do seu António. sofrida e sentida, até ser livro ;)
Finalmente visitei o seu blog!Tou 1 pouco cansada e pt n li tudo.Mas o que mais me tocou foi o texto "até lá é isto".Tocou-me.Espero que o lápis do futuro esteja sempre muito afiadinho.Bj,obrigada pela companhia e que seja o primeiro almoço de muitos
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