03 agosto 2010

Poema para o dia de hoje, em memória de quem partiu


Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta

Continuará o jardim, o céu e o mar,

E como hoje igualmente hão-de bailar

As quatro estações à minha volta


Outros em Abril passarão no pomar

Em que eu tantas vezes passei,

Haverá longos poentes sobre o mar,

Outros amarão as coisas que eu amei.


Será o mesmo brilho a mesma festa,

Será o mesmo jardim à minha porta.

E os cabelos doirados da floresta,

Como se eu não estivesse morta.


(Quando, de Sophia de Mello Breyner)

1 comentário:

Anónimo disse...

João,
Muito bonito.
A amizade não tem preço.
Um abraço amigo,
fq

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