China e a astróloga detective
Uma
comentadora deste blog sugeriu-me que
partilhasse a minha visão astrológica sobre a China.
O primeiro
passo é encontrar uma carta da China que reflicta o momento do seu nascimento. Não
é fácil. As origens do estado chinês remontam ao segundo milénio AC. Já mais
perto temos a carta da queda da dinastia imperial Manchu e a tomada de possa do
republicano Sun Yat-sen a 1 de Janeiro de 1912. Mas ao general Yuan ShiKai
tinha sido prometida a presidência se o Imperador abdicasse. Puyi, com 6 anos, abdicou e, para quem viu o
filme de Bertolucci “O ultimo Imperador” sabe que se seguiram anos de confusão,
invasões japonesas, retorno ao trono de Puyi, exílios de Sun Yat-sen, tomadas
de poder dos nacionalistas de Chian Kai-shek. Toda esta instabilidade só
acabou com Mao Tsé-Tung. No 21 de Setembro de 1949, na sessão de abertura da
primeira Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, no fim do discurso de abertura,
Mao declarou “Viva a República Popular da China”. Isto foi a primeira vez que
foi anunciada a existência da China como a conhecemos hoje.
Durante essa conferência, que durou até 30 de Setembro, Mao foi eleito Presidente e, no dia 1 de Outubro, perante o povo reunido na praça Tiananmen, anunciou a constituição do governo da
nova república que já tinha tomado posse em privado na véspera.
Há muitos astrólogos
que consideram a manifestação de 1 de Outubro como carta da China actual. Tem a
vantagem de se saber a que horas foi, 3:15 da tarde. Mas, olhando para esta
carta como astróloga, tenho que dizer não. Lua no signo de Aquário está conjunta
ao Ascendente, o que quereria dizer que o povo chinês é progressista e o
elemento principal da nova China. Mas há pouco tempo li a biografia do Mao da
autoria de Jung Chang, conhecida por ter escrito “Cisnes Selvagens”. O co-autor desta biografia é o Jon Halliday,
um Visiting Research Fellow do King’s College em Londres, o que tira qualquer
laivo de romance a este livro. Foi um
abrir de olhos, pois o sofrimento dos chineses durante a guerra contra os
japoneses e nacionalistas, as torturas e atrocidades cometidas pelo Mao contra
o seu próprio povo, antes e depois de 1949, são inimagináveis. O povo chinês não
pode ser apresentado pela Lua em Aquário com o solarengo trígono ao Sol Balança.
Na carta de 21
de Setembro, a Lua está em Virgem: povo cumpridor, trabalhador, humilde e
obediente, numa conjunção a Saturno o que demostra obstáculos, dificuldades, carências,
restrições impostas pelo líder supremo. Já me sinto mais perto do quadro
descrito por Jung Chang.
Não encontrei
em parte nenhuma a confirmação histórica da hora do discurso do Mao. Quando não sabemos a que horas um
acontecimento se realizou usamos o meio-dia. O que me dá um ascendente em Sagitário.
O resto do mundo não vê a China moderna com características de optimismo, de abertura… não me parece correcto.
A última CCPPC
começou a 3 de Março de 2012 às 15:00. Os chineses são muito agarrados à tradição
e, por isso, não me admira que a escolha das 3 da tarde seja determinada pela
hora a que se realizou a primeira em 1949. Também sei que o Mao detestava
levantar-se cedo. Nesta carta, a conjunção Lua/ Saturno fica na casa 8, casa do sofrimento.
Aí também está o Sol, que representa Mao, uma vez que foi ele o primeiro presidente.
Na casa 8 estão ambos o torturador e torturados, o opressor e os oprimidos.
O Mc representa o poder do governo ou do comité central e está em Escorpião – poder escondido, muita manipulação secreta, falta de transparência. A ascendente, como os outros vêem a China, está em Capricórnio, conjunto a Júpiter, literalmente a imagem da grande engrenagem.
Marte representa a parte mais agressiva de uma nação
e Plutão o desejo de controlar, de dominar, estão juntos na casa 7, das relações com outras sociedades. Por esta
carta não me parece que a China respeite aliados e tratados de paz e aproveita
o comércio (representado por Mercúrio) para exercer as suas tendências imperialistas, uma vez que Plutão e Mercúrio estão num ângulo de 60⁰, que significa
oportunidade.
O que me faz
pensar que as minhas deduções estejam correctas são os trânsitos a esta carta
durante a maior contestação ao regime em Junho de 1989 em Tiananmen Square. Nessa
altura Plutão por trânsito estava no MC da carta da China, significando
literalmente o desafio ao poder.
Pelos meus cálculos, a grande transformação da face da China ocorrerá quando Plutão passar no
Ascendente entre 2018 e 2020. Entretanto, entre Dezembro próximo e Setembro de
2013, quando Saturno cruzar Vénus (moeda de um País) verificaremos a validade
desta carta se se der uma considerável desvalorização do yuan.
Luiza Azancot
1 comentário:
Não tenho conhecimentos para argumentar, nem para acrescentar qualquer informação relevante, mas todo este exercício é para lá de interessante.
Bom dia LA
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