03 dezembro 2014

Diário de uma astróloga – [92] – 3 de Dezembro de 2014

Interstellar – A resposta a uma interrogação astrológica



Já me tinham aconselhado o filme Interstellar. Fui, gostei e tive a surpresa de ouvir pela boca de Anne Hathaway a resposta a uma pergunta que aparece persistentemente nas minhas consultas astrológicas.

E o amor, vê-se na minha carta?”

Uma vez que não consigo ver amor, respondo assim:

Vejo compatibilidade entre duas pessoas, épocas de vida em que uma pessoa se sente mais atraente e tem maior possibilidade de se apaixonar. Posso perceber as necessidades sexuais de cada um. Vejo como o estilo de comunicação pode influenciar positiva ou negativamente uma ligação existente.” Enfim, tudo isto são aspectos do domínio dos relacionamentos mas não de AMOR.

A minha explicação sobre porque é que não vejo Amor é sempre pouco precisa, e anda à volta da frase “o amor é demasiado sublime”.  Mas, nos meus momentos de reflexão tenho pensado porque é que o amor escapa aos olhos da astróloga, para além do de existirem vários tipos de amor: o amor incondicional dos pais para com os filhos, o amor terno mas não incondicional dos avós para com os netos, o amor paixão, o amor adolescente mas não menos apaixonado, o amor à pátria, o amor a Deus…  etc.

E depois fui ver o filme Interstellar.  Anne Hathaway interpreta a bióloga Amelia Brand e, a um certo ponto, diz “O amor é a única coisa que nós somos capazes de apreender que transcende tempo e espaço”. (Love is the one thing we are capable of perceiving that transcends time and space.)

Aqui está a resposta à minha interrogação. A nossa representação dos astros é bidimensional; a carta do céu compõe-se dos elementos “espaço” (local de nascimento) e “tempo” (data e hora de nascimento). Apesar de usarmos a carta para interpretar elementos do passado e antever o futuro, estamos limitados na sua representação por algo que ultrapassa, (transcende) estas duas dimensões – O AMOR.  Eu amo mas não consigo representá-lo simbolicamente.   


A próxima vez que um cliente perguntar “vê amor na minha carta?” vou citar Amelia Brand e explicar que, por enquanto não sou capaz de ultrapassar a barreira das duas dimensões… até aprender a desenhar uma carta do céu num tesseracto




e evoluir para conseguir viver num ambiente semelhante à estante multidimensional  que Cooper usava para transcender tempo e espaço e comunicar com a sua filha.

Até lá aconselho que ame, ame muito com o seu coração e com a sua alma (outra coisa que não consigo ver na carta) em vez de fazer perguntas sobre o amor.

Luiza Azancot

2 comentários:

Anónimo disse...

Agradeço. Que o amor impregne todos os instantes da sua vida, respondendo à essência da sua alma.

Um renascimento cheio da luz que é a essência da vida e que o mês de Dezembro celebra.

Acc disse...

Use e abuse do amor porque, mesmo que não se consiga epreender, ele está lá e não necessariamente em modo romãntico.
Bem visto Luiza.

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