Interstellar – A resposta a uma interrogação
astrológica
Já me tinham
aconselhado o filme Interstellar. Fui, gostei e tive a surpresa de ouvir pela
boca de Anne Hathaway a resposta a uma pergunta que aparece persistentemente
nas minhas consultas astrológicas.
“E o amor, vê-se na minha carta?”
Uma vez que
não consigo ver amor, respondo assim:
“Vejo compatibilidade entre duas pessoas,
épocas de vida em que uma pessoa se sente mais atraente e tem maior
possibilidade de se apaixonar. Posso perceber as necessidades sexuais de cada
um. Vejo como o estilo de comunicação pode influenciar positiva ou
negativamente uma ligação existente.” Enfim, tudo isto são aspectos do
domínio dos relacionamentos mas não de AMOR.
A minha
explicação sobre porque é que não vejo Amor é sempre pouco precisa, e anda à
volta da frase “o amor é demasiado sublime”.
Mas, nos meus momentos de reflexão tenho pensado porque é que o amor escapa
aos olhos da astróloga, para além do de existirem vários tipos de amor: o amor
incondicional dos pais para com os filhos, o amor terno mas não incondicional
dos avós para com os netos, o amor paixão, o amor adolescente mas não menos
apaixonado, o amor à pátria, o amor a Deus…
etc.
E depois fui
ver o filme Interstellar. Anne Hathaway
interpreta a bióloga Amelia Brand e, a um certo ponto, diz “O amor é a única coisa
que nós somos capazes de apreender que transcende tempo e espaço”. (Love is the one thing we are capable
of perceiving that transcends time and space.)
Aqui está a
resposta à minha interrogação. A nossa representação dos astros é
bidimensional; a carta do céu compõe-se dos elementos “espaço” (local de
nascimento) e “tempo” (data e hora de nascimento). Apesar de usarmos a carta
para interpretar elementos do passado e antever o futuro, estamos limitados na
sua representação por algo que ultrapassa, (transcende) estas duas dimensões –
O AMOR. Eu amo mas não consigo
representá-lo simbolicamente.
A próxima vez
que um cliente perguntar “vê amor na minha carta?” vou citar Amelia Brand e
explicar que, por enquanto não sou capaz de ultrapassar a barreira das duas
dimensões… até aprender a desenhar uma carta do céu num tesseracto
e evoluir para
conseguir viver num ambiente semelhante à estante multidimensional que Cooper usava para transcender tempo e
espaço e comunicar com a sua filha.
Até lá
aconselho que ame, ame muito com o seu coração e com a sua alma (outra coisa
que não consigo ver na carta) em vez de fazer perguntas sobre o amor.
Luiza Azancot
2 comentários:
Agradeço. Que o amor impregne todos os instantes da sua vida, respondendo à essência da sua alma.
Um renascimento cheio da luz que é a essência da vida e que o mês de Dezembro celebra.
Use e abuse do amor porque, mesmo que não se consiga epreender, ele está lá e não necessariamente em modo romãntico.
Bem visto Luiza.
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