09 outubro 2019

Vai um gin do Peter’s ?

CUMPRIR UMA PROMESSA COM E PARA AS CRIANÇAS DO PLANETA – A 18 DE OUTUBRO

Em 2005, mães venezuelana ficaram impressionadas com um grupo de crianças que se juntou espontaneamente para rezar o terço, no santuário de Nossa Senhora em Caracas. Uma das crescidas lembrou-se do desafio lançado pelo P. Pio (canonizado em 2002) e proferido como promessa: «Quando um milhão de crianças rezar o Rosário, o mundo mudará» pela conversão. Daí, surgiu a vontade de ampliar a cadeia de oração às crianças de todo o planeta, contando com o apoio da AIS-Ajuda à Igreja que Sofre, que persiste.

Da Venezuela para o mundo

Chegar a todos os recantos da terra

Para facilitar a internacionalização da ideia, consagrou-se um dia no ano para o terço ser rezado nas quatro partidas do mundo. Fixou-se o 18 de Outubro, relacionado com o início desta iniciativa e dia de memória do evangelista mais culto da biografia de Jesus – S. Lucas, o único dos quatro com estudos. Seria médico de origem síria, provavelmente não-judaica (tese prevalecente entre os exegetas), numa fase em que o círculo dos primeiros cristãos já se estendia para lá do judaísmo. 

Portugal também alinha no movimento com um grupo de mais novos a conduzir o terço das 18h30, a partir da Capelinha das Aparições em Fátima. Por todo o país, haverá ainda inúmeras iniciativas regionais (1)

«Um milhão de crianças reza o terço para a unidade e a paz, a 18 de Outubro»

Explicava o P. Pio de Pietrelcina – protagonista de histórias dignas de Harry Potter, passadas na Segunda Guerra com pilotos nazis e aliados, devido aos seus dons da levitação e da bilocação, entre outros –, que a oração das crianças sobe ao céu como uma flecha. E torna-se mais potente com a intercessão de Maria, pelo que o terço infantil fará o ‘dois em um’. 

Pergunta no portal https://millionkidspraying.org/en/ «Has anyone ever told you that you also have a Mother in heaven?»

No fundo, o santo italiano do século XX repescou a tese já defendida e aplicada pelo Papa da Grande Guerra – Bento XV – que, em 1916, encarregou as crianças de rezarem pela paz. Para o efeito, a 30 de Julho, reuniu no Vaticano as crianças de Roma (2). Um pouco mais de um ano depois, a Rússia abandonava o palco de guerra e mais um ano volvido assinava-se o armistício. Localmente, ainda se arrastaram focos de combate na frente Leste e a pátria dos Czares sovietizava-se ao preço de uma guerra civil devastadora, que só terminou em 1922, com a vitória de Lenine. 

Acrescento ainda outra iniciativa, que antecedeu em meia década a feliz ideia nascida na Venezuela. Corria o ano de 2000, em que João Paulo II voltou a Portugal. Declarado Ano Santo, o ‘Papa Peregrino’ tinha reduzido drasticamente o ritmo intenso das viagens, embora fizesse 3 excepções, nesta sequência: Monte Sinai no Egipto, Terra Santa em Israel e Fátima para a beatificação dos Pastorinhos. Lúcia ainda era viva e participou nas cerimónias da Cova de Iria. Um grupo de mães resolveu lançar um movimento de oração, pondo as crianças no epicentro para melhor prepararem a viagem papal, a 12 e 13 de Maio. Denominou-se «Crianças Rezam com os Pastorinhos», para recuperar o terço em família, a partir da iniciativa dos mais novos. Envolveu perto de um milhar de miúdos, que também acompanharam S. João Paulo II, na Capelinha, à chegada ao Santuário. O Pontífice deteve-se largos minutos em silêncio, incansavelmente agradecido à Mãe que terá desviado a bala mortífera para o salvar. Apesar de tudo, não foi tão prolongado como na primeira vez que viera a Fátima, logo após o atentado. Aliás, nas vésperas, tinham chovido pedidos dos media para não voltar a haver um silêncio tão ingerível para a comunicação social. Em 2000, foi marcante testemunhar o silêncio respeitado por todos aqueles pequeninos que, à sua maneira, partilharam o recolhimento do Papa mariano. Alguns eram de tenra idade e havia, pelo menos, uma deficiente quase profunda, que viveu o momento com uma tranquilidade e alegria tocantes.


O Papa polaco considerava o terço uma via privilegiada para a Paz, como escreveu na Exortação sobre o Rosário: «O Rosário é, por natureza, uma oração orientada para a paz, precisamente porque consiste na contemplação de Cristo, Príncipe da paz e ‘nossa paz’ […]. Depois, o Rosário é oração de paz também pelos frutos de caridade que produz. […]  Ao facilitar o encontro com Cristo nos mistérios não pode deixar de mostrar também o rosto de Cristo nos irmãos, sobretudo nos que mais sofrem. […] Em suma […] torna-nos também construtores da paz no mundo. […] Longe de constituir uma fuga aos problemas do mundo, o Rosário leva-nos assim a vê-los com olhar responsável e generoso, e alcança-nos a força de voltar para eles com a certeza da ajuda de Deus e o firme propósito de testemunhar em todas as circunstâncias ‘a caridade, que é o vínculo da perfeição’».

Mantendo o foco nos mais novos, uma das flashmobs mais giras aconteceu em Paris, no centro comercial Beaugrenelle, numa pacata tarde de Sábado, depois do Natal de 2014. Pretendia homenagear o programa de televisão “Prodígios”, da France 2 [segue após o anúncio]: 


Em tempo de partilha dos microfones e holofotes com os mais novos para tratar dos desafios ambientais, não será mais urgente e importante contar com eles – a geração do futuro – para juntos chegarmos à paz, com as armas da paz? 18 de Outubro pode ajudar a fazer a diferença, se quisermos alinhar com as crianças. 


Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)
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 (1)  Mapa dos pontos do globo, com zoom país-a-país, para mostrar os locais onde haverá encontros para a reza do terço em grupo:  https://millionkidspraying.org/en/praying-map/   
(2)  Ref. também no “gin” postado a 24 de Maio de 2017.

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