De hoje até sábado será isto. Durante uma semana a oncologia pediátrica ocupará os meus dias quase todos. Assisti ao (meu) primeiro congresso em 2009, talvez.
Muita coisa mudou entretanto: eu representava uma associação portuguesa - a Acreditar - e agora, não só continuo a representar a mesma associação, como tenho responsabilidades internacionais. Por outro lado, há 10 anos (e o primeiro congresso foi há 25!) as apresentações das associações de pais ou de doentes ainda eram algo incipientes, reflectiam um nascimento recente ou as dificuldades de crescimento. Éramos uma grande família que se emocionava com os sucessos e dificuldades dos outros membros das famílias. E grande parte (uma muito grande parte) de quem comparecia eram os Pais.
Hoje há profissionais, gente nova que não viveu a doença, sobreviventes com carreiras, cursos superiores e empenho na causa. Hoje somos parceiros institucionais da Organização Mundial de Saúde, somos parceiros credíveis da comunidade médica internacional, gerimos localmente orçamentos grandes, temos projectos "continentais" (sobretudo Europa). Porém, a par desses avanços, criámos talvez algum afastamento entre as organizações regionais: não há garantia que a gente nova e profissional que tem desempenhos fantásticos na Europa tenha preocupação pelo drama da oncologia pediátrica em África; tenho dúvidas se a Ásia se interessa muito pela América Latina, e vice-versa. Não é um problema de falta de "compaixão" - talvez seja um problema de focus local excessivo, a perda de uma certa visão global sobre o drama da doença.
É isto, para já.
JdB
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