Minha mãe é pobrezinha
Minha mãe é pobrezinha
Não tem nada para me dar
Dá-me beijos, coitadinha
E depois põe-se a chorar
Tonecas e Marianela
Dois engraçados garotos,
Foram sentar-se, os marotos
Por sob a minha janela,
Nisto diz ele p'ra ela;
Andas tão mal vestidinha
Ando sim, mas não é minha,
A culpa de andar assim,
A vida está tão ruím
Minha mãe é pobrezinha
Tu nunca andaste calçada
Nunca tiveste sapatos
Ela baixou os gaiatos
Olhitos, envergonhada,
Tu nunca tiveste nada,
Uma corda p'ra saltar,
Um arco para brincar
Um tambor, muitas bonecas
Minha mãezinha, Tonecas
Não tem nada p'ra me dar
Eu não posso perceber
tu nunca foste á escola
Para gente pedir esmola
Não precisa saber ler
Então onde vais comer?
A casa duma vizinha!
Vou lá pela manhãzinha
Á noite vou lá também
E depois, a minha mãe
Dá-me beijos coitadinha
Beijos são apenas beijos
perdoa que eu te diga
Se não enchem a barriga
Não devem matar desejos
Mas não sabem a sobejos
Têm outro paladar
Sabem ao doce manjar
Dos mais ternos alimentos
Minha mãe dá-mos aos centos
E depois põe-se a chorar
Letra de Linhares Barbosa
1 comentário:
Este, já ultrapassa a nostalgia...
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