17 agosto 2011

Diário de uma astróloga (6) - 17 de Agosto de 2011

No último post falei sobre Mercúrio retrógrado e, imediatamente, fui vitima dessa energia que se manifesta em dificuldades com a comunicação. O meu computador, do qual dependo para todos os cálculos astrológicos, deixou de funcionar inesperadamente. A sua vida natural acabou sem o menor aviso e, ainda por cima, escolheu uma altura chata para deixar de funcionar.  Uma cliente que vinha de longe, com consulta marcada há mais de um mês, estava a caminho, e eu tive de cancelar a dita consulta à ultima hora.

A minha cliente foi muito compreensiva mas, cancelar esta consulta foi, para mim, uma violação da minha integridade e da minha ética como astróloga, mesmo sabendo perfeitamente que a culpa não foi minha, mas de um circuito eléctrico.  Fiquei arrasada psicologicamente.

Luiza em crise


Apesar da minha principal energia ser Gémeos – adaptável, flexível, lógica – tenho uma forte ligação a Capricórnio com a consequente necessidade de perfeição, de controlo, de responsabilidade e, por isso, odeio, odeio falhar. Seguiu-se o processo de compra do novo computador, a recuperação dos ficheiros, o drama da perda dos dicionários porque são incompatíveis com o novo sistema operativo. Tudo isto deixou-me exausta. Se não fosse a ajuda do meu marido sentir-me-me incapaz de lidar com a situação.  Enfim, a minha reacção deixou-me perplexa, porque normalmente sou uma pessoa capaz de afrontar o mundo.

Com o novo computador fui ver os meus trânsitos (influências temporárias simbolizadas pelo grau em que se encontra um planeta em órbita relativamente aos planetas da carta natal) para estes dias, para compreender melhor porque fiquei tão desestabilizada com um incidente tecnológico. Esta é uma das  grandes utilidade da astrologia… ajudar-nos a perceber porque é que certos obstáculos aparecem no nosso caminho, e como lidar com eles de forma a não ficarmos agarrados a sentimentos negativos e de culpa que nos impedem de crescer psicológica e espiritualmente.

Confirmei que nesses dias o meu Neptuno natal estava sobre uma forte influência de Saturno. Já suspeitava porque tenho andado a dormir (Neptuno) pouco (Saturno). Neptuno rege à imaginação e, quando influenciado por Saturno (obstáculos, limitações)  imaginamos o pior, tudo parece mais difícil do que realmente é, sentimentos depressivos invadem a nossa psique. Possivelmente também estava a idealizar (Neptuno) a noção da responsabilidade (Saturno). Neptuno representa um energia de dissolução e Saturno princípios de organização, planeamento, controlo e estatuto profissional. Por isso, o medo de perder (Neptuno) o meu estatuto (Saturno) de astróloga eficiente e controlada dominava a situação. 

Inspirada pelo Dalai Lama que disse não há estrelas maléficas, mas sim maneiras negativas de olhar para elas, fui procurar como usar esta energia e este acontecimento de uma forma positiva.

Uma possibilidade seria a de dar forma (Saturno) a sonhos e fantasias (Neptuno), mas eu não faço filmes; por isso tive de me contentar em interiorizar a lição de  renunciar (Neptuno) ao controlo (Saturno) do que efectivamente não posso controlar, isto é, confiar no destino divino. Isso implica transcender (Neptuno) os limites (Saturno) da minha personalidade habitual. Também tenho usado o facto de acordar cedo para criar espaço para meditação (Neptuno) programada (Saturno). 

E assim, a astróloga em mim transformou uma mera chatice num instrumento de compreensão e crescimento psico-espiritual.  Desligar-me um pouco do universo puramente material… No fundo, é só um computador. 

Afinal de contas, não caiu o Carmo e a Trindade. O novo computador está a funcionar, a consulta realizou-se dias mais tarde e a minha cliente contou-me que, como estava já em Cape Cod quando eu cancelei a consulta, resolveu ir passear a Provincetown. Aí passou uma excelente tarde a fazer contactos nas lojas para vender as cerâmicas que faz. Ela própria comentou que, se o meu computador não tivesse morrido, ela não teria feito estes contactos que se podem revelar importantes para a sua difusão como ceramista.


Por hoje é tudo.  Agora vou gozar a presença dos meu netos, incluindo os gémeos que serão objecto do próximo post.  Como é que dois entes com as cartas do céu iguais são tão diferentes?

Luiza Azancot



1 comentário:

Ana LA disse...

Nem imagina o que me senti de aliviada com este seu episódio. Também sou gémeos.
Pois já caí, já cortei um dedo, já passei por coisas burocráticas mal geridas e amaldiçoadas e pensei mesmo que a culpa poderia ser exclusivamente minha. Não, afinal, com a consulta aos astros, aprendemos a proteger os efeitos e a prever inconveniências.
Obrigada pelo "assossegamento"

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