Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.
São quase duas da manhã e, dentro de quinze minutos, os sub-20 de Portugal defrontam o Brasil para a final do campeonato do mundo. Faço horas, conversando com um querido amigo com quem partilhei este evangelho e o desafio de escrever sobre ele. Leio e releio o texto de hoje e questiono-me sobre aquilo que quero realçar. Poderia falar sobre a constituição da igreja - esta igreja imperfeita porque humana, que é a minha e na qual me revejo - tão bem representada na quantidade imensa de jovens que se reúnem em Espanha em volta do sucessor de Pedro. Poderia divagar - tal como o amigo que me acompanha nesta madrugada futebolística - sobre os verdadeiros motivos pelos quais Jesus ordena aos discípulos que não revelem que Ele é o Messias.
Opto, nesta hora tardia que revela um pensamento mais difuso e cansado, por uma abordagem dupla, porventura mais simplista, mas não menos importante. Quem afirmamos nós que é Jesus? O que significa dizer, na nossa vida diária de relações profissionais e pessoais, no olhar que derramamos pelo próximo, na gestão das nossas quezílias, no perdão que damos ou pedimos, nos rancores e nos braços estendidos, que Cristo é o Messias, o filho de Deus vivo? O que significa isso na prática, para que não se traduza na simplicidade inconsequente de uma frase vazia e sem sentido?
Um outro exercício, moderadamente interessante, quiçá, seria interrogarmo-nos sobre a nossa reacção se Cristo nos aparecesse pela frente. Na verdade, o que lhe pediríamos ou o que lhe diríamos? Numa primeira reacção, quem me acompanha nesta noitada futebolística respondeu: talvez quisesse uma confirmação - porque eu poderia não perceber quem Ele era - e lhe pedisse para me levar no seu projecto.
São duas e meia da manhã e Portugal empata. Escrevo com um olho na televisão e com outro no texto, porque não vislumbro incoerência nem desrespeito nesta divisão de atenções. O que diria eu, ou o que pediria eu? Talvez duas frases simples: conhecer-Te mudou a minha vida. Faz de mim um santo.
Bom Domingo para todos.
JdB
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe
e perguntou aos seus discípulos:
«Quem dizem os homens que é o Filho do homem?»
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista,
outros que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse:
«Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe:
«Feliz de ti, Simão, filho de Jonas,
porque não foram a carne e o sangue que to revelaram,
mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro;
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus:
tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus,
e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».
Então, Jesus ordenou aos discípulos
que não dissessem a ninguém
que Ele era o Messias.
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