18 março 2012

Fórmula para o caos


Poder e Comunicação Social

Desde as eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 foi, de certo modo, evidente, quais os posicionamentos que os órgãos de CS iriam tomar face ao poder político. Uns mais alinhados com a coligação do poder e outros a convergirem com a oposição. Quanto às televisões privadas, foi bastante óbvio que, após a decisão do governo de privatizar um dos canais da RTP, tanto SIC como TVI, com o temor de ver as receitas de publicidade a pulverizarem-se, têm seguido uma linha editorial oposicionista ao executivo de Passos Coelho. Relativamente a Balsemão e Pais do Amaral, apenas apetece dizer, tão " liberais " que eles são! É sempre a mesma ladainha dos empresários. Sim, o Estado deve emagrecer. Sim, o governo deve privatizar muitas das empresas do Estado. Sim, é necessária incrementar a concorrência. Mas no que toca aos seus sectores de actividade, é sempre um caso especial. Sempre foi assim e sempre há de ser.
No que diz respeito à imprensa escrita, também aí houve novos alinhamentos depois da mudança de governo. O Diário Económico (propriedade da Ongoing) mostra-se muito alinhado com o poder vigente. São por demais conhecidas as ligações da Ongoing ao PSD. Também o semanário Sol parece muito concordante com a coligação PSD/CDS. Este jornal sempre fez oposição cerrada a José Sócrates. Basta recordar o caso Face Oculta e a divulgação das escutas entre elementos do PS. O diário i é o que tem uma linha mais declaradamente oposta ao governo. Até ver, desconhecem-se as intenções. Será por uma genuína motivação doutrinária? Será por alguma interesse oculto?

Nota: sempre defendi que, à semelhança do que acontece nos países do mundo livre, os órgãos de Comunicação Social deveriam declarar a sua linha ideológica ao invés de tomarem posições encapotadas.

Pedro Castelo Branco

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