Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de católico.
O texto de hoje atira-me para o conceito de férias, o tempo que todos ambicionamos para descansar, recuperar forças, fazer tudo aquilo para que não temos tempo durante o resto do ano. Até Jesus convida os discípulos para irem para um lugar isolado e descansar um pouco.
Da minha rede social de amigos ou conhecidos mais próximos constam desempregados com alguma duração, gente que passa por momentos profissionais difíceis, empresários com negócios muito lutados, assalariados com perda de regalias. Não há ninguém que não conviva com o drama, com a angústia ou com a preocupação. Para todos estes, a ideia de férias pode ser uma faca de dois gumes. Que condições há para irem de férias? Como se vive um tempo de ócio que pouco diferente é do tempo de negócio?
Obviamente que desejo que todos gozem um bom tempo de praia ou de campo, no estrangeiro ou cá dentro. No entanto, as minhas palavras de hoje voltam-se para os milhares que não têm dinheiro, não têm férias, não se podem dar ao luxo de uns dias amenos esparramados ao sol. As minhas palavras de hoje voltam-se para todos aqueles, mais ou menos amigos, a quem a pergunta para onde vais de férias?, é uma faca incómoda e dolorosa que lhes entra no corpo, porque a resposta aparentemente correcta é que não se vai de férias quando não se trabalha o ano todo, não se vai de férias quando o dinheiro é escasso para o que é essencial.
Apesar disso, todos temos necessidade de encontrar um lugar isolado para descansar um pouco. Que o saibamos encontrar no coração de Deus, sabendo que ele não nos arranja empregos, oportunidades veraneantes, dias exóticos. Mas dá-nos, tantas vezes, forças para continuar, esperança onde ela parece não existir, uma luz que, ao fundo do túnel, não seja o comboio em sentido inverso.
Bom Domingo para todos.
JdB
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EVANGELHO – Mc 6,30-34
Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
os Apóstolos voltaram
para junto de Jesus
e contaram-Lhe tudo o que
tinham feito e ensinado.
Então Jesus disse-lhes:
«Vinde comigo para um
lugar isolado
e descansai um pouco».
De facto, havia sempre
tanta gente a chegar e a partir
que eles nem tinham tempo
de comer.
Partiram, então, de barco
para um lugar isolado,
sem mais ninguém.
Vendo-os afastar-se,
muitos perceberam para onde iam;
e, de todas as cidades,
acorreram a pé para aquele lugar
e chegaram lá primeiro
que eles.
Ao desembarcar, Jesus viu
uma grande multidão
e compadeceu-Se de toda
aquela gente,
que eram como ovelhas sem
pastor.
E começou a ensinar-lhes
muitas coisas.
1 comentário:
Querido João,
Obrigada pela meditação tão inspirada, por nos focar no essencial.
Beijinhos
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