Nos últimos anos, os meus irmãos e eu temos procurado reunir
as respectivas famílias pela altura do Verão – tarefa cada vez mais difícil à
medida que os filhos vão crescendo – sendo o objectivo a realização de passeios
que duram 2 ou 3 dias por um Portugal para mim quase completamente desconhecido.
Dessa forma já andámos por terras de Trás-os-montes, Minho e, este ano, Beira
Alta (Serra da Estrela). Falta ainda muita coisa, sobretudo o Sul, à espera de
mais oportunidades.
Sendo um irmão meu que é padre o grande organizador e
impulsionador destes programas, é natural que o “turismo religioso” assuma
alguma preponderância, para mais num país que tem nessa área muita coisa boa e
interessante para ver, sinal da grande relevância que a Igreja e sobretudo as
ordens religiosas tiveram desde os primórdios na formação e desenvolvimento de
Portugal. Asseguro-vos que, nos locais mais escondidos e improváveis, poderemos
encontrar belos exemplares de diferentes estilos arquitectónicos ou artísticos.
Este ano, por exemplo, na ida para Norte, passámos pelo Sardoal, onde vimos na
Igreja Matriz da terra as tábuas do Mestre
de Sardoal, referenciadas do início do século XVI.
Mas nem só de coisas da fé vivem estas viagens! Também
temos visto bonitos castelos e palácios ou paisagens e vistas de cortar a
respiração, dado passeios a pé por trilhos mais ou menos poeirentos, tomado
banho em praias fluviais ou barragens o mais desertas possíveis, seguido de agradáveis
almoços tipo picnic, jantado e dormido em casas de turismo de habitação e
passado uma parte dos serões a ouvir algumas leituras de textos de autores
portugueses previamente seleccionados (Torga, Almada, etc…).
Enfim, os programas têm sido intensos e talvez um pouco
cansativos mas, a meu ver, muito proveitosos. Quer culturalmente, quer porque
fortalecem os relacionamentos e o espírito de família, aproximando mais as
pessoas. E ainda porque permitem mostrar, sobretudo aos mais novos, a riqueza
histórica e a diversidade deste pequeno/grande país tantas vezes menosprezado
(então agora!) mas que tem tanto para mostrar.
Fausto Bordalo Dias é natural de Vila Franca das Naves, terra
do concelho de Trancoso de que este ano estivemos bem perto (embora haja quem
diga que nasceu a bordo do navio Pátria, a meio do Atlântico, numa viagem para
Angola, onde viveu desde bebé!). Dele, um dos meus cantores portugueses (seguramente no top 3), escolhi “Todo
este Céu”, uma das minhas músicas preferidas.
Espero que também gostem.
fq
3 comentários:
bom dia fq,
grande ideia a do seu irmão. Vou copiar. Claro que haverá resistências, mas em nome de um bem maior (como defende o dono do estabelecimento) vou tentar.
Bela escolha, Fausto é um grande músico.
Secundo a opinião da ALA quanto à ideia que preside a estes périplos historico-familiares.
Fausto já aqui foi postado mais de uma vez, sinal do apreço que se tem por ele neste estabelecimento.
Todo este céu é um bom título.
gostei muito do texto, gostei particularmente da ideia do seu irmão... já no que toca a Fausto, nhaaaaac, perdoem-me os fãs, mas não consigo mesmo gostar.
Maf
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