17 junho 2014

Francisco Themudo de Castro


Encontrei a fotografia e entrevista abaixo na net. É de 4 de Dezembro de 2011, ao jornal Voz da Verdade. Copiei e colei, que pouco mais haveria a dizer sobre o percurso dele na vida e na Igreja. 

Sinto a falta dele, como sentirão as centenas de pessoas que se juntaram na Igreja da Boa Nova, no Estoril, para rezarem por ele, pelos pais e pelos irmãos. Lembro-me da homilia sentida do Pe. Ricardo, nosso prior, ao referir que fixaria uma das bem-aventuranças, porque era essa que se adaptava ao Francisco: bem-aventurados os puros de coração. 

Lembrá-lo a cantar, como aqui faço, é mantê-lo no meu coração, que mais não posso.

JdB

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Nasceu em Lisboa, cresceu em Constância e vive no Estoril. Acha que a sua vida teve três fases distintas e sente-se um cristão sempre à procura de resposta para a questão: ‘Como poderei servir o meu próximo?’. Cumprir a vontade de Deus já o levou em missões na Equipa d’ África, na Paróquia do Estoril, na Comunidade Vida e Paz com os sem abrigo e na Comunidade S. Francisco Xavier. Em cada momento, sentiu que Deus pôs uma pessoa especial no seu caminho. Licenciado em Ciência Política, é Assessor da Associação Portuguesa de Imprensa.

De Constância ao Estoril
Em Constância, a avó puxava por ele, para ser o melhor em tudo. A sua Fé foi crescendo, fez a 1ª Comunhão e Profissão de Fé, mas com o andar dos anos deixou Deus na prateleira, à espera da 2ª fase da sua vida. Esta foi provocada pela Maria quando, em 1998, o convida a entrar no Coro dos Salesianos do Estoril, que anima a Eucaristia do domingo às 12h30, desde há 20 anos: “Foi onde dei os meus primeiros passos, não só a peregrinar, mas também na procura de uma fé mais esclarecida e no reconhecimento da presença de Deus através de um serviço prestado à comunidade. A responsável pelo coro, a Pipos, teve um papel muito importante na minha caminhada através da sua simplicidade e sensibilidade, ajudou-me a transformar a minha fé racional numa fé de coração convertido. O coro, é muito mais que um simples coro, é uma família que não pára de crescer e de dar o seu testemunho através da música”.

Equipa d’África… Moçambique
A 3ª fase da vida do Francisco começa em 2001 quando o seu amigo Afonso lhe lançou um desafio: ‘Queres entrar na Equipa d`África?’. O Francisco disse ‘sim’: “Decidi ir a esse fim-de-semana ao Bairro 6 de Maio e, no final desses dois dias, comprometi-me a caminhar, ao longo desse ano, com esta equipa missionária”. Esteve dois meses em missão no projecto de Catembe (Moçambique), onde trabalhou num hospital, deu aulas de apoio numa escolinha de Irmãs, fez trabalho pastoral com a comunidade: “A Francisca, a Mariana, o João e eu ficámos a viver numa casa com dois Padres Colombianos, a quem demos apoio no que ia sendo necessário. Os pilares que regem a Equipa d’África são: a vida em comunidade, o serviço, a oração e a entrega”.

Comunidade CFX
Em 2003-2004 foi voluntário do ATL da Galiza (Estoril), dedicando algum tempo a dar explicações a jovens de origem estrangeira. 2004 seria outro ano marcante. Num campo de férias do CAMTIL (Associação de campos de férias com o apoio espiritual da Companhia de Jesus) ficou a conhecer a CFX – Comunidade de São Francisco Xavier, através da Madalena, com quem partilhou a animação, durante 10 dias, de um acampamento com 42 jovens. Ela, ao longo desses dias, falou-lhe da missão que estava a começar a ser feita durante o ano (um fim-de-semana por mês) junto da comunidade de Folques, na Diocese de Coimbra. E o Francisco alinhou logo na ideia porque “a CFX desenvolve um trabalho pastoral em comunidades onde não há a presença habitual de um Padre e o nosso objectivo último é ajudar a formar/consolidar nesses locais uma comunidade cristã. Hoje estamos em Monsaraz, Outeiro e Telheiro, na Diocese de Évora, com outra missão, que passa em grande parte por dinamizar a pastoral dos mais jovens. Este ano começámos com a pregação na rua (Deus na Rua) aos Domingos”.

Comunidade Vida e Paz
A Comunidade Vida e Paz e o seu trabalho com ‘Pessoas sem abrigo’ abriu-lhe, em 2007, as portas por intermédio do António, um voluntário que conheceu na CFX. Ele desafiou-o a experimentar. O Francisco gostou tanto que, ao fim de 5 meses já era coordenador de uma equipa: “Esta comunidade dedica-se à recuperação das Pessoas sem-abrigo tendo como objectivo a sua reinserção familiar, social, escolar e profissional. Nestes meus 4 anos de experiência, chego a uma de várias conclusões, que na sua grande maioria as Pessoas sem-abrigo não se sentem merecedoras de uma vida digna, sentem-se culpados por terem contribuído para a desestruturação da sua família, ou por outra razão, e sentem-se rejeitados e marginalizados. O nosso papel é levar-lhes esperança e transmitir-lhes que há uma alternativa à vida na rua e que todos nós a merecemos com toda a dignidade”.

Sempre em Missão

Licenciado em Ciência Política, trabalha como assessor da Associação Portuguesa de Imprensa. A última pequena missão que lhe foi confiada é a colaboração no novo Boletim da Paróquia do Estoril. Conclui com um desafio: “Imitar Jesus para aprender a ser instrumento d’Ele”.



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