15 setembro 2014

Vai um gin do Peter’s?

Na lógica dos gins de Junho sobre locais menos conhecidos de Lisboa, o post de hoje avança para outros locais fantásticos, de Norte a Sul do país, pois Portugal não é só a capital. Palacetes, sanatórios e termas à venda no continente e nas ilhas são vestígios pouco conhecidos de uma arquitectura de outras eras, que enriquecem o património nacional. Além de precisarem de novo proprietário, têm em comum a necessidade urgente de obras de restauro, sob pena de se evaporarem da memória histórica nacional. Pela sua extensão, vão repartidos por vários gins:

TERMAS ÁGUAS RADIUM/ HOTEL SERRA DA PENA – Sabugal


Recuando ao século passado, reza a lenda que, neste lugar, o conde espanhol don Rodrigo terá curado a filha de uma grave doença de pele, com o recurso às águas radioactivas da região, entusiasmando-se depois a construir um hotel termal para benefício de outros doentes.

TERMAS DOS CUCOS – Torres Vedras


A menos de 1 Km da cidade, ficam as TERMAS DOS CUCOS, estrategicamente localizadas a uma altitude de 33m, entre pequenas colinas cobertas de matagais, com um microclima temperado quente e seco. Muito saudável. O nome evoca a tradição de ali cantar o 1º cuco.

As lamas medicinais dos Cucos são especialmente indicadas para o tratamento do reumatismo e também de outras afecções e dermatoses.

Embora por fora, os edifícios e o jardim estejam arranjados, no interior há sinais visíveis de abandono, desde que as termas fecharam, em 1998. Só o parque ainda se mantém aberto ao público.

SANATÓRIOS – Caramulo  


Na Serra do Caramulo e por mérito do médico Jerónimo de Lacerda foi edificada a Vila Sanatorial, com 19 sanatórios para tratar da tuberculose. A posterior erradicação da doença votou ao abandono a maioria dos edifícios. Um deles, o Sanatório Sousa Martins, foi o primeiro instituído pela Assistência Nacional aos Tuberculosos (rainha D. Amélia), tendo sido inaugurado pelo rei D. Carlos I, em 1907.
Em Janeiro de 2014, o conjunto foi classificado como de interesse público, na expectativa de conter a degradação do complexo.

PALÁCIO FONTE DA PIPA – em Loulé


Reza a lenda que o palácio algarvio está assombrado. Mandado construir para receber o rei D.Carlos, começou por ser baptizado de Quinta da Esperança, embora tenha ficado conhecido por Fonte da Pipa dada a fonte com o mesmo nome, que existia no local.

CASA DA PRAÇA – Paços de Ferreira


A Casa da Praça, na freguesia de Frazão, data do séc. XVIII. Considerada uma das mais belas casas solarengas do concelho de Paços de Ferreira, pertenceu à família Alves Barbosa e é lembrança (em ruínas) das tradições fidalgas da região.

QUINTA DO MONTADO OU QUINTA DE MARQUES GOMES – Canidelo


Autoria: João Almeida em www.panoramio.com

O proprietário, Manuel Marques Gomes, Natural de Canidelo, tornou-se benemérito de várias instituições da sua região de origem, em Canidelo.
Actualmente, encontra-se em adiantado estado de abandono.

CONVENTO DE SEIÇA – Figueira da Foz


Mandado edificar por D. Afonso Henriques, em 1175, em louvor à Virgem Maria devido a um milagre recebido junto da capelinha de Nossa Senhora de Seiça, o rei morreu antes de ver finalizada a construção do convento.
No início do séc. XX, foi transformado em unidade industrial. Entretanto, o encerramento daquela unidade fabril votou-o ao abandono.  

No próximo gin, continuará a viagem do Minho ao Algarve, passando pelos arquipélagos atlânticos.

Maria Zarco

(a  preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)

3 comentários:

JdB disse...

Bons posts, Maria Zarco. Fico a aguardar com curiosidade outros pontos do Minho, onde estive agora numa pequena ronda.

Leonor disse...

O Palácio da Fonte da Pipa (Loulé) não é mal-assombrado. Há muitos anos que investigo o paranormal, posso dizer que dos casos que estudei, juntamente com outras pessoas, apenas encontrei 2 lugares no Algarve que podemos dizer são mal-assombrados, e curiosamente não figuram em nenhuma lista. Um é uma casa particular, que está â venda num banco, pela segunda vez. Outra vai abrir como hotel. A história de fantasmas do Palácio da Fonte da Pipa surgiu há uns anos para demover os estudantes das suas incursões. A maior assombração deste palácio é ter elevado potencial turístico (construção, jardins) que a autarquia não aproveita e quem tem dinheiro para investir deixa aquela jóia perder brilho

Anónimo disse...

Obrigada pelo esclarecimento, com pena que o palácio e jardins continuem ao abandono. Sobre a fama de estar assombrado deverá ter toda a razão. Obrigada pelo seu post, Maria Zarco

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