PALACETES MENOS CONHECIDOS DE LISBOA – II PARTE
A completar o passeio pelos palacetes da «Lisboa Secreta», iniciado no gin anterior (17-Março), segue o segundo grupo de casarões do passagem do século XIX para o XX. De certo modo, sabem a segredos bem guardados pelos lisboetas e demais conhecedores dos recantos menos badalados da capital. Estão, obviamente, excluídos das rotas típicas do turismo comum talhadas para estadias de curta duração, que não esticam para além dos monumentos históricos.
[cont. de 17.Março]
«Roteiro por palacetes de outros tempos que merecem ser eternizados
Palacete Mendonça
Desde 1909, ergue-se na Avenida Marquês de Fronteira, 18-28, o Palacete Mendonça. O projeto deste palacete localizado no alto do Parque Eduardo VII foi do arquiteto Miguel Ventura Terra. Ganhou o Prémio Valmor em 1909 e alberga, atualmente, a sede mundial do movimento Ismaili Imamat.
Foto: Paulo Guedes (post. 1909) | Arquivo Municipal de Lisboa |
Palacete Silva Graça
Construído em 1907 no cruzamento da Av. Fontes Pereira de Melo com a Rua Latino Coelho, o Palacete Silva Graça começou por ser a casa do fundador do jornal O Século, José Joaquim da Silva Graça. Por volta de 1930, começam as obras de transformação do palacete num hotel de luxo, que acabariam em 1933. Nasceu, assim, o luxuoso Hotel Aviz, cuja demolição aconteceu em 1962. Neste espaço situa-se, hoje em dia, o Sheraton. O projeto foi também do arquiteto Ventura Terra
Foto: Paulo Guedes (post. 1908) | Arquivo Municipal de Lisboa |
Palacete Seixas
O Palacete Seixas foi construído no início do século XX num estilo romântico de inspiração francesa, muito popular no final do século XIX. É o único edifício centenário da Praça Marquês de Pombal e alberga, desde 1997, a sede do Instituto Camões.
Foto: Paulo Guedes [19-] | Arquivo Municipal de Lisboa (Palacete Seixas à direita) |
Casa Museu Doutor Anastácio Gonçalves, antiga Casa Malhoa
Localizada na Avenida 5 de Outubro, este palacete resistiu aos tempos e é, atualmente, um espaço museológico. O projeto, do arquiteto Manuel Norte Júnior, ganhou o prémio Valmor em 1905 e o edifício foi a casa e atelier do pintor José Malhoa, seu antigo proprietário. Em 1933, foi adquirido pelo Dr. Anastácio Gonçalves, que o doou ao Estado
Foto: Paulo Guedes (post. 1905) | Arquivo Municipal de Lisboa |
Palacete da Rua Tomás Ribeiro
Construído em 1909, este edifício foi pensado pelo arquiteto António C. Abreu e obteve a 4ª Menção Honrosa do Prémio Valmor desse ano. Situava-se na Rua Tomás Ribeiro, 4 – 7, na zona das Picoas, e foi demolido em 1954.
Foto: Paulo Guedes (c. 1909) | Arquivo Municipal de Lisboa |
Palacete na Avenida Fontes Pereira de Melo
Ainda existente e bem conservado, este palacete situa-se na Av. Fontes Pereira de Melo, 28, e começou por ser uma moradia unfamiliar. O arquiteto foi Manuel Norte Júnior, um dos mais requisitados de então, e a construção obteve o Prémio Valmor de 1914. Desde 1954, é ocupado pelo Metropolitano de Lisboa.
Foto: Paulo Guedes (c. 1914) | Arquivo Municipal de Lisboa |
Palacete Branco Rodrigues
De nome completo Casa de José Cândido Branco Rodrigues, este palacete foi assinado pelo arquiteto Manuel Norte Júnior e a sua construção seria finalizada em 1908. Situava-se na Avenida da República, 36 e, devido à sua beleza, conquistou a Menção Honrosa no Prémio Valmor desse ano. Foi demolido por volta de 1950.
Foto: Paulo Guedes (c. 1908) | Arquivo Municipal de Lisboa |
De Inês Santos • Janeiro 29, 2021, em
https://lisboasecreta.co/os-antigos-e-charmosos-palacetes-de-lisboa/
A «Lisboa Secreta» oferece, assim, boas dicas para se alargar os passeios digestivos deste desconfinamento gradual, talvez a calhar em cheio para quem passe a Páscoa em Lisboa. Ajudará a redescobrir a cidade com o sossego inspirador a que esta quadra convida.
Boa & Santa Páscoa a todos, onde quer que a vivam!
Maria Zarco
(a preparar o próximo gin tónico, para daqui a 2 semanas)