A propósito da ligação da Marta com a oncologia pediátrica, pessoa que me é próxima partilha o pensamento de outra jovem mãe que se confronta com o mesmo desafio de ter um filho pequeno com cancro (a citação não é ipsis verbis): quando casamos e mencionamos "na saúde e na doença" nunca pensamos que a doença pode não ser de nenhum dos cônjuges. Eu acrescentei: e quando dizemos "até que a morte nos separe" também nunca pensamos que a morte pode não ser de nenhum dos cônjuges.
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Amigo que me é próximo apresentou queixa no MP do Ricardo Araújo Pereira pela paródia que este fez do Presidente da República, aquando de um decote de uma jovem luso-descendente no Canadá. Refere-se ao programa "Isto é gozar com quem trabalha" que passou na SIC no passado dia 17 de Dezembro.
A informação que ele partilhou comigo fez-me pensar retrospectivamente. Na verdade, vi aquele programa específico e ri-me sozinho. Mas também na verdade, a queixa fez-me perceber que o RAP se tinha excedido no humor e na troça que fez do Presidente.
Não vou entrar numa discussão sobre liberdade, humor, limites, valores da Pátria ou símbolos institucionais. O que me fez pensar foi por que motivo não me indignei - nem antes de saber da queixa, quando vi o programa, nem depois de saber da queixa. Sim, achei que o RAP se tinha excedido, mas não associei nada (e vou explicar o nada) a desrespeito pelos símbolos nacionais. Isto é, não entendi o Presidente da República (ou terá sido o Marcelo Rebelo de Sousa) como símbolo nacional nem entendi as Forças Armadas como símbolo nacional. Nesse sentido, o que eu vi foi o RAP a gozar com o Marcelo e com a tropa. Porém, embora como monárquico não goste dela, acharia um desrespeito se o RAP gozasse com a bandeira nacional, essa sim, um símbolo nacional.
Será que o Marcelo com quem se goza não é o Presidente da República com quem se goza? Será que a tropa com quem se goza não são as Forças Armadas com quem se goza?
JdB
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