10 maio 2009

5º Domingo da Páscoa

Hoje é Domingo, e eu não esqueço a minha condição de Católico.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto
e limpa todo aquele que dá fruto,
para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira,
assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele,
esse dá muito fruto,
porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim,
será lançado fora, como o ramo, e secará.
Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim
e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos».

Porque há pessoas que escrevem bem sobre aquilo que nos vai na alma, ficam os comentários do P. Vítor Gonçalves, retirados daqui:

Não seriam precisas as imagens de tantos mexicanos com máscaras a proteger a boca e o nariz (e até a de uma imagem de S. Judas Tadeu igualmente protegido!) para nos revelar como é frágil e indefesa a nossa vida. Tornámo-nos rapidamente especialistas em H1N1 mas o medo e a corrida aos medicamentos também revelaram as nossas fragilidades. A crise foi relegada para segundo plano, os salários e prémios exorbitantes de gestores foi tratado como resultado da “inveja” dos que os não têm, a odisseia de se obter uma receita médica num centro de saúde ou ter acesso a um médico de família só incomoda quem mais sofre e menos pode. Como falar de felicidade num contexto destes?
E foi mesmo a felicidade que transpareceu do rosto e das palavras de Maria José Trindade, de 85 anos, habitante de Urgueira, que uma reportagem da SIC do domingo passado trouxe até nossas casas. É uma das quatro mulheres solteiras da aldeia mas diz que sempre foi mãe: “dos meus irmãos mais novos [9] e daqueles que a não tinham”. O evangelho ecoa das suas palavras transparentes e directas: “A minha vida não foi gasta, foi vivida. Muitas vezes pergunto, até aos doutores: Quem é a pessoa mais feliz do mundo? A pessoa mais feliz é aquela que procura fazer felizes os outros. A minha vida tem sido isso. Sou muito feliz em procurar fazer felizes os outros.” Claro que estamos fartos de saber isto, mas naquela mulher grande de pouco mais de um metro de altura, não são apenas palavras bonitas, mas vida vivida.
Na belíssima parábola da videira e dos ramos que Jesus nos dá no evangelho, também os frutos são possíveis pela seiva que corre nos ramos. Há uma vida que é Deus em nós a percorrer o nosso corpo de videira. Vida que é mais nossa quanto mais chega aos outros. Não podemos guardar os nossos frutos, não nos pertencem, é o modo de ajudarmos os outros a serem felizes. Há sempre algo ao nosso alcance que pode trazer felicidade a alguém. Talvez libertando-nos da ânsia daquilo que nos falta possamos reconhecer aquilo que já temos para dar.
“Reinventar a solidariedade” é o lema do Simpósio Social que marca a celebração dos 50 anos do Monumento a Cristo-Rei e se realiza no próximo dia 15 de Maio. Para nos lembrar que Cristo é Rei porque traz a felicidade a todos os homens e mulheres de todos os tempos. Para reafirmar o que sabemos e nos custa tanto viver: feliz é quem procura fazer felizes os outros. Assim a vida não é gasta mas vivida!

JdB

2 comentários:

cris disse...

JdB,

Eu num comentário que fiz a uma crónica do ATM, disse:
Que todas as manhãs ao acordarmos, temos que olhar para os que amamos, e pensar como vamos fazê-los mais felizes nesse dia.
Mas bem no fundo, ainda temos muito caminho para fazer, pois por natureza somos muito egoistas, e o nosso egoismo bloqueia o nosso prazer da dádiva.
É por esse motivo que eu admiro a SAGRADA FAMILIA, pois todos deram à Humanidade.
Aquela Senhora da reportagem, apesar de não ser Mãe, é o exemplo vivo do que é a força da Família.
Temos que dirigir as nossas energias para que a Instituição Família funcione cada vez mais.
Os nossos filhos têm que seguir esses padrões e assim tornarem-se os verdadeiros Heróis, a viverem a vida e não gastá-la.
Até para a semana.

JdB disse...

Cris: obrigado pela visita. Como diz e muito bem, nós, os que acreditamos, já temos um modelo de família. Agora é fazer o melhor possível, tendo consciência da nossa imperfeição mas, também, do nosso desafio de santidade.

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