08 maio 2011

3º Domingo da Páscoa

Fica connosco, Senhor, para que as dificuldades que atravessamos não sejam uma parede que tapa a esperança legítima de uma janela feliz;
Fica connosco, Senhor, para que a crise que esmaga a nossa vida não mate expressões como ética, responsabilidade, solidariedade, respeito;
Fica connosco, Senhor, para que a dimensão do Amor, nas suas múltiplas formas, norteie sempre as nossas acções;
Fica connosco, Senhor, para que nunca nos esqueçamos que o nosso próximo é sempre o mais próximo e que Caridade é uma palavra que merece ser soletrada;
Fica connosco, Senhor, para nos lembrarmos que a vida não nos pertence, foi-nos dada para serviço e benefício dos outros;
Fica connosco, Senhor, para que não sejamos tentados pelo olhar que se desvia de uma mão necessitada;
Fica connosco, Senhor, para que usemos os nossos bens com rigor e equilíbrio, lembrados daqueles a quem falta o mínimo;
Fica connosco, Senhor, para que atentemos também nos pobres envergonhados, na miséria disfarçada, na abundância iludida;
Fica connosco, Senhor, para que não nos falte o discernimento e a força no caminho da santidade a que nos fomos desafiados;
Fica connosco, Senhor, para que não deixemos os nossos sucessos esmagar a tristeza alheia;
Fica connosco, Senhor, para que envolvamos nas nossas orações os que falham, e que eles nos envolvam por igual;
Fica connosco, Senhor, para que não sejamos tentados pelo lucro fácil e individualista, mas pela verdadeira dimensão do bem comum;
Fica connosco, Senhor, para que não sejamos motivados pela vingança, pelo rancor, pelo orgulho ferido, por uma contabilidade mesquinha;
Fica connosco, Senhor, para que percebamos a inutilidade de ganhar o mundo todo se com isso perdermos a nossa verdadeira vida;
Fica connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite.

JdB

PS: Hoje é Domingo e eu não esqueço a minha condição de católico;
PPS: Embora muito diferentes na forma e no conteúdo, o clic para o escrito de hoje foi dado por um texto enviado esta semana pelo meu querido amigo e colega de blogue fq, a quem agradeço a boa lembrança.

EVANGELHO – Lc 24,13-35

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Dois dos discípulos de Emaús
iam a caminho duma povoação chamada Emaús,
que ficava a sessenta estádios de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam,
Jesus aproximou Se deles e pôs Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem.
Ele perguntou lhes.
«Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?»
Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu:
«Tu és o único habitante de Jerusalém
a ignorar o que lá se passou estes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?»
Responderam Lhe:
«O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes
O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel.
Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram:
foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus
e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos
a anunciar que Ele estava vivo.
Mas a Ele não O viram».
Então Jesus disse lhes:
«Homens sem inteligência e lentos de espírito
para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso
para entrar na Sua glória?»
Depois, começando por Moisés
e passando por todos os Profetas,
explicou lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam,
Jesus fez menção de ir para diante.
Mas eles convenceram n’O a ficar, dizendo:
«Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar
e vem caindo a noite
».
Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção,
partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram se lhes os olhos e reconheceram n’O.
Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro:
«Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?»
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com ele,
que diziam:
«Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho
e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

4 comentários:

Anónimo disse...

Lindíssimo, JdB. Obrigada. pcp

arit netoj disse...

Obrigada pela beleza da oração.
Não lhe ardia cá dentro o seu coração?
Continue assim inspirado!
Beijinhos

Anónimo disse...

João,
Fico sinceramente orgulhoso por de alguma maneira ter contribuído para um texto tão bom e bonito.
Um abraço,
fq

marialemos disse...

Ah:))
Obrigada JDB.

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