Acredito não haver um só português que, dado a quantidade abundante da notícias que todos os dias chegam através dos media, não tenha ouvido falar da situação económica em que Portugal se encontra. Acredito que, com maior ou menor conhecimento na área económica, a esmagadora maioria dos cidadãos nacionais estão a par do incontrolável despesismo público que envolve a execução orçamental. No limite, até acredito que o Povo tem uma ténue noção da dimensão da divida pública em percentagem do PIB. Não tenho dúvidas que, e como as sondagens o demonstram, grande parte da massa populacional responsabiliza o insanável José Sócrates pela situação deplorável em que se encontra o país. O que mais preocupa o grupo dos terrestres conscienciosos (facção que julgo integrar), é o profundo alheamento do povão. Há uns tempos sempre se recorria à ignorância para justificar o afastamento das pessoas face à real situação da realidade. Esgotado esse argumento, resta a hipótese do "não quero saber, não tenho nada a ver com isso". Trata-se de uma atitude que apenas adiará o enfrentamento do problema. Quando o programa da Troika revelar toda a austeridade que aí vem, pode ser que baixe o consumismo a crédito desenfreado, as viagens supérfluas para as Caraíbas e as emissões televisivas de 10 horas de acompanhamento do casamento real britânico.
Pedro Castelo Branco
2 comentários:
Querido Pedro,
O problema está no povão. Enquanto houver democracia e o seu voto valer tanto como o da D. Jesuína do Bulhão, teremos isto. Pergunte-lhe o que é o PIB e ela perguntará se é primo da Lili Caneças. Se não é parente dos famosos ou do Sr. José da drogaria, ela não conhecerá. Maldade? não! apenas a verdade que muitos não gostam de enxergar em nome dum bem maior.
PCB, permita-me que discorde... o que não deve faltar mesmo são as 10horas de acompanhamento televisivo do casamento real (ou de outros) .... são pequenas bolhas de oxigénio, de sonho e ilusão, num país deprimido e desinteressado e num mundo cheio de problemas seriíssimos. Haja gente que viva ainda uma espécie de conto de fadas... ainda que (espero que não) temporário. pcp
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