12 junho 2013

serviço nacional de saúde, às 4 da manhã

Fotografia de JMAC, o homem de Azeitão



há meias-noites inteiras,
viagens ao final da noite,
mergulhos verticais
nas cinzas dos dias.

céline já não mora aqui
nem o teu ombro largo,
e poetas sem préstimo
lembram feiras da ladra.

nas urgências desta ruína
falo com fantasmas,
todos estes que em vida
me morrem no olhar.

penso nas frestas, 
por onde escapam
as últimas centelhas,
que ninguém calafetou.

rescaldo de vidas.
sirenes mudas,
cenotáfios.

dói-me a Tua ausência.

gi.

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