Sentada no banco de trás do carro, os olhos acompanham a paisagem, através da janela de vidro. Os "phones" são o passaporte para uma banda sonora só dela, que percorre as ruas, as avenidas, enquanto, mais à frente no carro, os pais discutem o menú para o próximo Natal. De cabeça, ela lembra-se do David, do Joe, do Jack.. e pára de contar, mentalmente. Discretamente, saca do comprimido escondido no pequeno bolso lateral dos calções e engole-o, secamente, de um só trago. Nos "phones", há uma banda a tocar. Ela escuta-se agora a si própria e recorda o medo que há dias a visitou, numa capital do sul da Europa, quando entrou em palco e foi engolida por uma "colossal youth". Fecha os olhos e é, outra vez, a menina de seus pais, embalada pelo calor do carro, a caminho de casa..
gi.
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