26 junho 2018

Duas Últimas

Para mim o campeonato do mundo de futebol resume-se aos jogos de Portugal e, muito talvez, caso Portugal seja eliminado brevemente, à final. No entanto, para que esse muito talvez se efective,  a final - caso não seja protagonizada também pela pátria amada - tem de ter alguém que seja da minha preferência clara. Como me posicionarei num Croácia - México? Ou num Rússia - Arábia Saudita (se é que ainda pode acontecer...). Para ver um jogo de futebol tenho de torcer claramente por uma das partes, porque a ideia do desporto pelo desporto parece-me uma ligeira vacuidade neste caso. Ora, gostei muito de Dubrownik e a Croácia é Europa; mas o México  tem boa música... Assim sendo, entre os dois países, mon coeur balance...  O argumento seria replicável a outros países, mas fico-me por aqui.

Hoje tenho demasiadas actividades para me interessar pela ressaca do Irão - Portugal. Pouparei frases tão criativas como jogo impróprio para cardíacos ou este esplendor de criatividade e imbecilidade que ensinaram aos jogadores, logo depois de lhes terem explicado o significado de egrégios avós:  a ideia de aprender a sofrer. Ouvi a frase dita várias vezes por jogadores depois de jogos que só não perdemos por sorte, ou manifesta azelhice do adversário.  Espanha jogou connosco à rabia, o Irão deu cabelos brancos ao Fernando Santos. Eu não aprendi a sofrer - nem sei muito bem como isso se processa no decorrer de um jogo.

Como nota de rodapé, expresso a minha alegria pela destituição de Bruno de Carvalho, por números que me parecem (quase) demolidores. Ver Bruno de Carvalho nos últimos meses era ver uma espécie de demência cega, uma aparente calma que escondia uma violência sem nexo. O Sporting não merecia Bruno de Carvalho, e eu, ao contrário dos jogadores da selecção, não quero aprender a sofrer.

Deixo-vos com música uruguaia, um género que teremos tempo de aprender até sábado, parece-me. Não sei quem são, não ouvi até ao fim, não afianço nada. Atirem-se e confiem. Ou aprendam a sofrer.

JdB




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