20 outubro 2008

2ª feira, 9.30 da manhã

Traduções e mais traduções; necessidade de retomar a leitura numa base regular, assim como a finalização do livro em curso, deitado a descansar como se fosse terra fatigada; acompanhar um enfermo; reunião profissional seguida de um almoço na outra banda; deslocação a Coimbra com os corpos gerentes da Acreditar; dois acontecimentos sociais diferentes e em dias seguidos que tomam de assalto as noites de fim-de-semana; escrita do blogue. Assim se perfila mais uma jornada em que continua a haver espaço físico e mental para a surpresa ou para o imprevisto.
Do sítio onde trabalho antevejo um dia relativamente limpo, com poucas nuvens, convidativo para a disciplina do andar a pé depois de cumpridas as outras obrigações que encimam a lista das prioridades. Apesar de tudo continuo a reclamar o privilégio desta vida, quando a generalidade das pessoas enfrenta estradas cheias e vagarosas, transportes públicos que não serão os melhores, dias rotineiros e pouco flexíveis, dias intensos e cansativos, dias em que a resolução de problemas urgentes mas não importantes corta cerce a possibilidade da criatividade.
Revejo alguns escritos deste Adeus, até ao meu regresso… que se mantém activo, que espera a altura certa para mudar de caminho, enveredar por uma nova fase, recriar-se mantendo alguma identidade, e olho para dentro de mim próprio.
Desde há talvez seis anos que encetei na minha vida duas actividades novas, fruto de acontecimentos marcantes: comecei a escrever com alguma frequência – cartas, textos, artigos, livros, etc., e a intervir de uma forma semi-pública, falando a grupos de pessoas sobre assuntos específicos que são quase determinantes na minha vida, nas minhas opções, no sentido que quero dar às coisas. Vem daí um pensamento que me cruza e com que quase sempre me despedi, fosse de uma forma explícita ou de uma forma resguardada: mesmo tendo sido convidado, agradeço às pessoas terem-me lido ou ouvido, porque foi uma forma de ter encontrado interlocutor para aquilo que queria dizer a mim próprio.
Revisito, volto a dizê-lo, os textos que tenho alinhavado. Haverá quem os considere escritos direccionados como um endereço que se põe numa carta. Eu, tal como tenho feito de há seis anos para cá, mantenho o meu 'obrigado' a quem me lê e me assegura a motivação de alguma continuidade. No fundo, no fundo, do que preciso mesmo é de dizer a mim próprio o que é importante, do que não quero desistir, quais são os faróis que me guiam nas noites escuras. Os meus fiéis leitores asseguram-me essa possibilidade. Não é de agradecer?
Para todos uma boa semana de trabalho. Façam o favor de ser felizes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada por se dar a ler e por se revelar, ajuda-nos também a encontrar o nosso sentido.
Desejo uma boa semana, com essa capacidade de se encantar com as pequenas coisas.
Beijinhos

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