17 outubro 2008

Um simples termómetro...

Vítima de uma dor de garganta persistente e incomodativa e de um frio que não me é habitual, entendi que era chegada a altura de avaliar a minha temperatura corporal, pelo que fui obrigado a comprar um termómetro. O saudoso mercúrio foi banido do contacto com os nossos sovacos, o digital talvez não tenha vingado. Recorri ao que tem saída agora, fabricado na China, distribuído por um qualquer polígono industrial na Catalunha. Até aqui nada de novo. Atente-se, no entanto, à qualidade da tradução, do castelhano (em itálico) para o português:
Garantía de por vida, salvo roturas
Garantia de por vida, exceto roturas
Sin baterías ni electrónica
Sen baterista nem electrônica
Se a primeira informação me surpreendeu - e até agora, depois de lida n vezes enquanto verifico se o líquido de medição (não tóxico, como garante a embalagem) sobe acima dos 36.8ºC - a segunda descansou-me mais do que não ter febre. A garantia que me dão de que não há um baterista no aparelho repousa-me as entranhas como tisana digestiva. Por momentos temi ter um artista do tambor e dos pratos nas minhas axilas, revolvendo-se na minha pilosidade de homem, convivendo com os aromas exalados, aspirando e tossindo consoante as horas do dia.
A ASAE que não se preocupe com estes atentados à moral e à higiene linguística, que são de somenos importância. Que impacto tem esta frase (podia ser considerada publicidade enganosa não se garantir a inexistência de um Ringo no jingarelho) quando há quem coma bolas de berlim na praia?

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