Cito Gedeão antes de avançar para a descrição da personagem:
Eu tenho uns olhos
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos
Não vêem escolhos nenhuns
Quando ela rodopiava os seus olhos em redor, revestia-se da sua capacidade de mulher apenas que vê e pensa, e vislumbrava uma casa, uma igreja, um cemitério, um descampado, uma terra arável ou uma ruína.
Eu tenho uns olhos
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos
Não vêem escolhos nenhuns
Quando ela rodopiava os seus olhos em redor, revestia-se da sua capacidade de mulher apenas que vê e pensa, e vislumbrava uma casa, uma igreja, um cemitério, um descampado, uma terra arável ou uma ruína.
Lembrava-se então de Sophia de Melo Breyner quando afirmava que
a poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível
e derramava o seu olhar pelos mesmos locais. Vestida da ingenuidade dos sonhadores, via um projecto, uma memória, uma vida, um futuro, um passado.
Talvez ela não soubesse que há sempre mais encanto num olhar do que nuns olhos*.
*Obrigado, LS, pelo conceito
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