seguir viagem.
cauterizar a dor.
cirúrgica intervenção
de coração aberto
às vagas de frio
que queimam os dedos,
de coração aberto
ao calor que gela
qualquer flor,
e todos os masculinos medos
e todos os feminis enredos.
gi.
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Acerca de mim
- JdB
- Estoril, Portugal
Arquivo do blogue
-
▼
2010
(391)
-
▼
maio
(40)
- Bem-aventurados os que têm fome...
- Solenidade da Santíssima Trindade
- Precisamos de...
- Textos dos dias que correm...
- Pensamentos impensados
- presente mais que perfeito
- Deixa-me rir...
- Textos dos dias que correm...
- E qual é a vossa "Comfort food"?
- Procissões dos dias que correm...
- Campanha do Banco Alimentar
- Good morning Sunshine
- Bem-aventurados os misericordiosos
- Os dons do Espírito Santo
- Domingo ...... Se Fores à Missa
- Pensamentos impensados
- transumância
- Deixa-me rir...
- Vai um gin do Peter’s ?
- Queima das Fitas
- Ira
- Solenidade da Ascensão do Senhor
- Bento XVI - Encontro com o mundo da Cultura
- romy schneider pour alain delon
- Deixa-me rir...
- 12 de Maio
- E vocês?
- Um Domingo no estádio
- Domingo ….. Se fores à Missa !
- Pensamentos impensados
- cuidados intensivos
- Deixa-me rir...
- Vai um gin do Peter’s ?
- Madrugada
- Orgulho
- Música para o dia de hoje
- Poema para o dia de hoje
- Músicas dos dias que correm...
- 5º Domingo do Tempo Pascal
- Pensamentos muito pensados
-
▼
maio
(40)
2 comentários:
Ai gi, perdoe-me a franqueza, perdoe-me a ousadia, pois nem sequer a minha opinião foi pedida, mas por mais que leia o seu poema, over and over again, não o consigo perceber :-( Falta de sensibilidade a minha, certamente, mas gostava de perceber, identificar qual o sentimento (seu, claro !)que está por detrás de tão ricas palavras.
Maf
era uma vez um rapaz que passava mal. quer dizer: por fora, não se via. por dentro, era toda uma outra história. as dores invisíveis são sempre difíceis. o rapaz era conhecido por declinar constantemente a palavra inverno, para si próprio, e as palavras primavera e verão para os outros. um dia, ali na exacta esquina onde ainda é inverno, mas também já cheira a primavera, sentou-se ao teclado, decido a abarcar tudo, numa espécie de abraço metafórico: frio e calor, inverno e verão, passado e futuro, unidos pelas pontas dos dedos. dir-se-ia uma constelação, assobiavam alguns. nada disso, é um coração, sopravam outros. mas não era. era antes um homem vergado sobre si próprio, aceitando as estações do ano, as curvas do calendário, os espinhos e as rosas. um homem-estátua, suspenso. sentia saudades. quase morria de saudades. sabia-se hesitante. quase morria ao ter disso inteira consciência, agora. as saudades eram uma palavra feminina, vinda lá de trás. a hesitação, pelo contrário, era uma palavra exuberantemente masculina, mas também ela retrospectiva. o homem levantou-se, causando espanto e admiração aos mirones, aos passantes de ocasião. entendeu finalmente a aceitar todas as estações - e a libertar-se, talvez, da redoma das saudades e da angústia da hesitação. o homem sentou-se, já em casa, e escreveu um poema. chamou-lhe 'cuidados intensivos'.
ainda hoje se diz que poeta e poema se salvaram por um triz.
..
melhor, não sei dizer. ou melhor, sei, mas não posso.
flores,
gi.
Enviar um comentário