tu que olhas para mim,
eu que olho para ti,
o instante em que nos cruzamos
contra as leis do tempo e da probabilidade,
este rectângulo digital,
o oráculo que resta em tempo de deuses descrentes.
um imenso adeus, uma e outra e outra e uma vez.
e, contudo,
esse olhar teu em mim
e este olhar meu em ti,
faísca frenética,
metafísica amorosa ao final da tarde que finda,
amor fundo que se afunda
constelação que se apaga.
nenhuma beleza se mede
por possibilidades ou lucros imediatos
- antes pela louca certeza
de que somos absolutamente possíveis,
como este nosso amor
entre quem morreu há décadas, tu,
e quem vive quase morto, este metafórico e sulfúrico eu,
que ainda sou.
gi.
As melhores viagens são, por vezes, aquelas em que partimos ontem e regressamos muitos anos antes
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Acerca de mim
- JdB
- Estoril, Portugal
Arquivo do blogue
-
▼
2010
(391)
-
▼
maio
(40)
- Bem-aventurados os que têm fome...
- Solenidade da Santíssima Trindade
- Precisamos de...
- Textos dos dias que correm...
- Pensamentos impensados
- presente mais que perfeito
- Deixa-me rir...
- Textos dos dias que correm...
- E qual é a vossa "Comfort food"?
- Procissões dos dias que correm...
- Campanha do Banco Alimentar
- Good morning Sunshine
- Bem-aventurados os misericordiosos
- Os dons do Espírito Santo
- Domingo ...... Se Fores à Missa
- Pensamentos impensados
- transumância
- Deixa-me rir...
- Vai um gin do Peter’s ?
- Queima das Fitas
- Ira
- Solenidade da Ascensão do Senhor
- Bento XVI - Encontro com o mundo da Cultura
- romy schneider pour alain delon
- Deixa-me rir...
- 12 de Maio
- E vocês?
- Um Domingo no estádio
- Domingo ….. Se fores à Missa !
- Pensamentos impensados
- cuidados intensivos
- Deixa-me rir...
- Vai um gin do Peter’s ?
- Madrugada
- Orgulho
- Música para o dia de hoje
- Poema para o dia de hoje
- Músicas dos dias que correm...
- 5º Domingo do Tempo Pascal
- Pensamentos muito pensados
-
▼
maio
(40)
2 comentários:
Gi,
Se não fosse o quase morto sulfúrico que nos remete para a atmosfera sulfurosa do demo, até acreditava nesse olhar e nesse amor.Tente retirar essa visão agoniada e demoníaca das relações amorosas que talvez surjam mais flores.
Gosto sempre de o ler
O poeta pede-me para lhe dizer que transmitirá ao senhor Alain Delon as suas palavras ;-).
E, claro, agradece muito as flores.
Flores também para si,
gi.
Enviar um comentário