28 fevereiro 2013

Falando do nada


Olhos no espaço…

No final da tarde de ontem, quando uma bola de fogo denominada Sol, tomava conta do  horizonte, um bando de aves cobriu o céu com uma graça tal que os meus olhos se  esqueceram da terra e ficaram durante largo tempo presos ao feitiço das voltas  apressadamente largas daquelas viajantes do espaço azul. Momento grandioso e belo, em que, perdido de mim, esquecido deste lamuriante mundo louco, só tive olhos para o espaço  infinito.

Eu, que tantos dias passo com os olhos presos ao chão, fiquei grato àquele bando representante de tranquilidade e liberdade, girando em voltas e reviravoltas como donos e  senhores de um espaço onde mora a grandeza do céu que não se deixa conspurcar pela terra.

Quando dei por mim, senti-me serenamente comovido pelo momento belo, pensando como é possível tirar, de actos simples, ensinamentos tão belos e sentidos e lições inesquecíveis!

Pensei que ELE, sendo o autor de todo o ser vivo, criando o homem e a ave, deu a esta, asas  para voar e mais isto: a graça de fazer sentir  o homem a necessidade de olhar para o céu, onde a grandiosa beleza do espaço esmaga a amálgama das casas que atafulham a terra dos homens. Que os vossos voos deliciosamente estonteantes, mantenham os nossos olhos pregados ao céu.

E, acreditem, há nesta terra quem gostaria de voar convosco, para mais  perto dele poder estar!

JC

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