Olhos no espaço…
No final da tarde de ontem, quando uma bola de
fogo denominada Sol, tomava conta do horizonte,
um bando de aves cobriu o céu com uma graça tal que os meus olhos se esqueceram da terra e ficaram durante largo
tempo presos ao feitiço das voltas apressadamente
largas daquelas viajantes do espaço azul. Momento grandioso e belo, em que, perdido
de mim, esquecido deste lamuriante mundo louco, só tive olhos para o espaço infinito.
Eu, que tantos
dias passo com os olhos presos ao chão, fiquei grato àquele bando representante de tranquilidade e liberdade,
girando em voltas e reviravoltas como donos e senhores de um espaço onde mora a grandeza do
céu que não se deixa conspurcar pela terra.
Quando dei por mim, senti-me serenamente comovido
pelo momento belo, pensando como é possível tirar, de actos simples,
ensinamentos tão belos e sentidos e lições inesquecíveis!
Pensei que
ELE, sendo o autor de todo o ser vivo, criando o homem e a ave, deu a esta, asas
para voar e mais isto: a graça de fazer
sentir o homem a necessidade de olhar
para o céu, onde a grandiosa beleza do espaço esmaga a amálgama das casas que
atafulham a terra dos homens. Que os vossos voos deliciosamente estonteantes,
mantenham os nossos olhos pregados ao céu.
E, acreditem, há nesta terra quem gostaria de voar
convosco, para mais perto dele poder
estar!
JC
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