Prontos, é isto. No fundo, no fundo, gosto de música triste.
Já devo ter contado este episódio aqui no estabelecimento. Nos meus passeios no paredão do estoril costumava encontrar uma amiga por quem tenho uma ternura muito grande. Era uma altura em que meu objectivo consistia em arejar o espírito, mais do que enrijar as coxas. Andava por ali, de auriculares postos, a olhar para o mar e para as minhas nostalgias que, como dizia o Balzac (ou seria o Dumas?) são a felicidade de estar triste.
- Olá João!
- Olá L...
- O que estás a ouvir?
- Fado.
- Estás triste?
Nem sempre estava, confesso. Mas também devo reconhecer que gosto de música triste. Um dia explicaram-me os motivos fisiológicos que justificam este gosto (não só meu, parece-me). E um dia também me explicaram por que motivos musicais os requiems são mais bonitos do que os te deums. Um pouco como se houvesse uma necessidade estética que é mais forte na lembrança dos mortos do que no agradecimento das graças. Esqueci ambas as explicações, pelo que nada de pseudo-científico tenho a abonar em minha defesa, a não ser uma tendência tristonha que se manifesta no gosto por mar alteroso, manhãs de nevoeiro, dias outonais, paisagens silenciosas.
Deixo-vos com três músicas quiçá menos alegres.
Se querem mesmo saber, não, não estou triste.
JdB
Deixo-vos com três músicas quiçá menos alegres.
Se querem mesmo saber, não, não estou triste.
JdB
1 comentário:
Sem entrar em explicações fúteis, prefiro a primeira.
Olha que dois!
Thks
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